O câncer de pele é uma das doenças mais incidentes no Brasil e no mundo, mas, apesar de sua frequência, muitas pessoas ainda subestimam os primeiros sinais. Essa negligência pode custar caro.
No caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, a atenção da imprensa e da opinião pública voltou-se diversas vezes para possíveis alterações visíveis em sua pele, reacendendo o debate sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.
Quando sintomas são ignorados, o tratamento se torna mais complexo, e as chances de cura diminuem significativamente.
1. Manchas que não cicatrizam
Um dos primeiros sinais que merecem atenção são as manchas persistentes. Diferente de uma simples lesão causada por atrito, essas marcas permanecem por semanas ou até meses, sem apresentar sinais de cicatrização.
Muitas vezes, a pessoa acredita se tratar de algo passageiro, fruto de uma pequena batida ou de uma alergia, mas na realidade pode ser um indício inicial do câncer de pele. O perigo está justamente nessa banalização: enquanto o paciente espera que a pele se regenere sozinha, as células doentes se multiplicam.
2. Pintas irregulares e alterações repentinas
A presença de pintas é comum no corpo humano, mas a mudança repentina em sua aparência deve gerar preocupação. O método conhecido como ABCDE da dermatologia ajuda a identificar riscos: Assimetria, Borda irregular, Cor desigual, Diâmetro acima de 6 mm e Evolução rápida.
Quando uma pinta cresce, escurece, apresenta várias tonalidades ou assume um formato estranho, é fundamental buscar atendimento médico imediato. No caso de Bolsonaro, especialistas chegaram a especular que sinais semelhantes poderiam ter sido deixados de lado por tempo demais, levantando questionamentos sobre descuido com a própria saúde.
3. Lesões que sangram ou apresentam crostas
Outro sintoma que não deve ser desconsiderado são as lesões que sangram espontaneamente. Muitas vezes, surgem crostas que voltam a aparecer após pequenos atritos ou até mesmo sem motivo aparente. Essa característica é típica de carcinomas de pele, que se manifestam de maneira silenciosa, mas progressiva. Quando não tratadas, essas lesões se aprofundam, atingindo camadas mais internas e tornando o quadro mais grave.
4. Dor e coceira constantes
Embora muitas manchas e pintas não causem dor, quando existe desconforto prolongado, como coceira insistente ou dor localizada, é hora de redobrar os cuidados. A pele é um dos maiores órgãos do corpo humano e serve como barreira de proteção.
Quando há inflamações contínuas, pode ser um sinal de que algo mais grave está acontecendo. Infelizmente, a tendência de normalizar esses incômodos faz com que muitas pessoas, incluindo figuras públicas, convivam por meses com sinais de alerta antes de procurar ajuda.
5. Nódulos e caroços que não desaparecem
Um pequeno caroço pode parecer inofensivo, mas quando permanece firme, avermelhado e sem sinais de regressão, ele se torna um sinal claro de atenção. Esses nódulos cutâneos podem ser confundidos com espinhas ou inflamações simples, mas sua persistência denuncia que há algo além. Detectar esse tipo de lesão precocemente é crucial para evitar complicações e a disseminação das células cancerígenas.
A negligência e seus riscos
Deixar sintomas passarem despercebidos é abrir espaço para que o câncer de pele evolua sem resistência. Diferente de outras doenças silenciosas, essa é uma das poucas que apresenta sinais visíveis desde o início. A ausência de acompanhamento médico adequado pode transformar um simples ponto escuro em um tumor agressivo. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que mais de 220 mil novos casos de câncer de pele não melanoma surjam por ano no Brasil, tornando-o o tipo mais incidente do país. Isso mostra como a prevenção precisa ser levada a sério.