Após três anos de angústia e espera por justiça, o tribunal finalmente decretou: Wellington Gallindo de Queiroz, acusado de assassinar a menina Lara Maria Oliveira Nascimento em março de 2022.
Foi condenado hoje a 19 anos e 9 meses de prisão. Mas será que isso basta para apaziguar a dor de uma mãe e acalmar o coração de uma comunidade inteira?
A voz que ecoa
“Hoje é a voz da Lara que está ressoando em todo o país, e ela não é só um número. A minha filha não sofreu em vão.” Com essas palavras firmes, Luana Oliveira Nascimento transformou a sala de audiência em um palco onde a lembrança da filha se fez presente em cada olhar.
Cercada por familiares, ela deixou claro: a punição do assassino é um escudo para outras crianças. “Seus filhos de Campo Limpo e Francisco Morato podem ficar tranquilos pelos próximos 19 anos.”
O silêncio do condenado
No momento em que o juiz anunciou a sentença, Wellington sequer ergueu o rosto para encarar a mulher que perdeu o mundo ao perder Lara.
“Gritei três vezes no microfone para ele olhar nos meus olhos”, relembra Luana, com a voz embargada. “Os últimos olhos que a minha filha viu foram os dele.” O silêncio do réu falou mais alto do que qualquer pedido de perdão.
Quando tudo começou
Lara, então com 12 anos, foi vista pela última vez em 16 de março de 2022. Depois de voltar da escola, saiu para comprar um refrigerante num mercadinho do Parque Santana, em Campo Limpo Paulista — e não voltou mais.
As imagens de câmeras próximas ao matagal onde seu corpo foi encontrado desencadearam uma investigação que só chegaria ao suspeito em 2024, quando Wellington foi preso em Foz do Iguaçu pela Polícia Federal.
Cada detalhe do processo — a espera pelos exames necroscópicos, o rastro de perguntas sem resposta — reforça a urgência de manter viva a memória de Lara. Porque, como afirma sua mãe, “honrar a memória dela é impedir que esse crime caia no esquecimento.”