A trágica morte da brasileira Juliana Marins, de vinte e seis anos, que caiu em uma ribanceira no Monte Rinjani, na Indonésia, ainda ecoa com força na internet.
Mas, além do luto e das homenagens, estão surgindo teorias conspiratórias que afirmam que a jovem teria sido vítima de um suposto “sacrifício” ligado a rituais secretos ou interesses obscuros.
Essas especulações, que vêm ganhando espaço em grupos de redes sociais e fóruns online, apontam que a morte de Juliana não teria sido apenas um acidente, mas sim algo planejado por pessoas ou entidades que se beneficiariam espiritualmente ou materialmente da tragédia.
A teoria mais espalhada entre os adeptos dessas conspirações envolve a crença de que o Monte Rinjani é considerado, por alguns grupos locais e esotéricos, um local “carregado de energia espiritual”, usado em práticas místicas ou até mesmo supostos rituais.
Segundo essas especulações, Juliana teria sido escolhida para um sacrifício simbólico, visto que, para essas crenças, o derramamento de sangue humano em locais sagrados traria poder ou prosperidade para quem encomendou o ritual.
Os defensores dessa teoria apontam supostos “indícios estranhos” no caso, como a demora no resgate, o fato de Juliana ter sido deixada sozinha pelo guia durante a trilha e as condições misteriosas em que foi encontrada, com múltiplos ferimentos e sinais de uma queda extremamente violenta.
“Nada disso foi por acaso. O lugar onde ela caiu é considerado sagrado por alguns, e dizem que sacrifícios lá têm poder especial. Foi um sacrifício para eles”, afirma uma usuária em um fórum que discute o caso.
Família repudia teorias, mas mistério alimenta boatos
A família de Juliana Marins, entretanto, nega veementemente qualquer possibilidade de que a morte tenha relação com rituais ou sacrifícios. Em nota recente, parentes lamentaram que a dor de perder a jovem esteja sendo usada para alimentar fantasias ou ganhar curtidas na internet.
“Queremos justiça, sim, mas baseada na verdade, não em teorias sem provas. Juliana era alegre, amava a vida e não merecia que sua história fosse distorcida dessa forma”, escreveu um familiar próximo.
Especialistas em segurança e turismo local também criticam essas suposições, explicando que, embora o Monte Rinjani tenha importância cultural e espiritual para algumas comunidades balinesas e de Lombok, não há registro oficial de sacrifícios humanos na região há décadas. O que houve, segundo eles, foi uma sequência de fatalidades: cansaço extremo, terreno perigoso e falhas no resgate.
Mesmo assim, o mistério em torno das circunstâncias do acidente, a lentidão das autoridades e detalhes ainda não totalmente esclarecidos seguem alimentando o surgimento dessas narrativas conspiratórias. Para muitos, a trágica história de Juliana Marins passou de uma fatalidade a um terreno fértil para teorias obscuras — algo que aumenta ainda mais a dor da família e o clima de incerteza em torno da tragédia.