A morte de Juliana Marins, jovem brasileira de vinte e seis anos que caiu em uma ribanceira no Monte Rinjani, na Indonésia, continua a repercutir fortemente no Brasil. Além do impacto pela tragédia em si, surgem detalhes dolorosos sobre o que Juliana sentiu e viveu nos momentos após o acidente.

De acordo com relatos de amigos que receberam mensagens da jovem, Juliana estava consciente após a primeira queda e chegou a relatar sintomas claros de trauma grave, que indicavam seu estado crítico. Mesmo machucada, ela conseguiu gravar áudios e enviar mensagens, suplicando por ajuda e descrevendo as dores que sentia.
Dor intensa, sede e medo marcaram seus últimos momentos
Logo após a queda, Juliana se queixou de dores muito fortes, principalmente na região do tórax e das costas, onde posteriormente o laudo médico confirmou múltiplas fraturas. Além da dor, a jovem relatou dificuldade para se mover, o que sugeria lesões na coluna ou nos membros inferiores.

Nos áudios que enviou, Juliana também dizia estar com muita sede. O calor intenso durante o dia e a exposição direta ao sol agravaram a desidratação. Ela pedia por água, comida e implorava para ser retirada dali.
O medo também era evidente na sua voz. Em um dos áudios, ela dizia: “Estou aqui embaixo, caída. Me ajudem. Me tirem daqui.”
Segundo especialistas, os sintomas relatados por Juliana são comuns em casos de trauma grave após quedas de grandes alturas. Além da dor aguda, as vítimas podem apresentar sinais de choque hemorrágico, como fraqueza, suor frio, dificuldade em falar e confusão mental. Embora Juliana tenha se mantido lúcida inicialmente, o quadro poderia ter se deteriorado rapidamente, especialmente pela perda de sangue interno.

Autópsia confirma gravidade dos ferimentos
O laudo médico divulgado na sexta-feira, dia vinte e sete, apontou que Juliana sofreu múltiplas fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa, o que causou hemorragia interna severa.
O médico responsável pela autópsia, Ida Bagus Putu Alit, afirmou que ela morreu em cerca de vinte minutos após o trauma, descartando sofrimento prolongado ou quadro de hipotermia.

Ainda assim, os momentos que antecederam a morte de Juliana foram marcados por intenso sofrimento físico e psicológico. A jovem lutou até o fim, consciente de seus ferimentos e clamando por socorro, num cenário de solidão e desespero em meio às encostas perigosas do vulcão.
A história de Juliana Marins se transformou não apenas em símbolo de tragédia, mas também de alerta sobre os riscos das trilhas em terrenos extremos e a importância de um resgate ágil em situações de vida ou morte.