Juliana Garcia, de 35 anos, emocionou o país neste domingo (3) ao conceder uma entrevista ao programa Domingo Espetacular, uma semana após ser brutalmente agredida dentro de um elevador, em Natal, no Rio Grande do Norte.
A promotora de vendas teve o rosto desfigurado após ser espancada por 36 segundos pelo ex-namorado, Igor Cabral. “Os ossos da minha face estão quebrados”, afirmou, ainda com visíveis marcas do ataque.
A entrevista, além de comovente, revelou o histórico de violência que Juliana vinha enfrentando em silêncio. Ela contou que Igor era controlador, ciumento e agressivo. Em outros episódios, já havia sido empurrada por ele e teve dois celulares quebrados durante brigas. A agressão dentro do elevador aconteceu depois de mais uma discussão, quando o agressor jogou o celular dela na piscina por ciúmes.
Uma descida marcada pela violência
A câmera de segurança do elevador registrou a sequência de golpes que Juliana sofreu. O ataque começou no 16º andar e só terminou quando chegaram ao térreo. Durante o percurso, Igor desferiu diversos socos no rosto da vítima, sem que ela tivesse chance de defesa. A violência explícita chocou o país e despertou uma onda de solidariedade nas redes sociais.
Juliana contou que nunca imaginou que sobreviveria após tamanha brutalidade. Com o rosto fraturado e emocionalmente abalada, ela agora enfrenta uma nova batalha: a reconstrução de sua face e a superação psicológica de tudo o que viveu. O caso se tornou um símbolo do quanto a violência doméstica pode escalar, mesmo após sinais de alerta que, muitas vezes, são ignorados.
Corrente de apoio e esperança na recuperação
Após a repercussão do caso, uma vaquinha virtual foi criada para ajudar Juliana nos custos da recuperação. Diversos profissionais de saúde, sensibilizados com sua história, se colocaram à disposição para realizar a cirurgia de reconstrução facial. A mobilização mostra que, apesar da dor, ela não está sozinha.
Juliana disse que tem fé de que tudo vai passar e que sua história possa servir de alerta e encorajamento para outras mulheres que ainda vivem relações abusivas. “É difícil, mas a gente sobrevive. E eu vou reconstruir não só meu rosto, mas minha vida também”, afirmou.
Sua coragem ao expor publicamente a violência que sofreu é, além de um pedido de justiça, um grito de resistência que ecoa em nome de tantas outras vítimas silenciadas pelo medo.