Nesta segunda-feira (4/8), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão domiciliar temporária de Jair Bolsonaro (PL).
A decisão veio após o ex-presidente ser acusado de violar medidas cautelares, principalmente a proibição de utilizar redes sociais, mesmo por meio de outras pessoas. A ordem incluiu também a apreensão dos celulares de Bolsonaro.
Dentro de casa, em Brasília, o ex-presidente demonstrou forte irritação com a decisão, e sua esposa, Michelle Bolsonaro, ficou visivelmente abalada, chegando às lágrimas diante da nova fase de restrições impostas à família.
Fontes próximas relataram que Bolsonaro ficou profundamente revoltado ao ser informado da medida e chegou a levantar o tom de voz contra a equipe que executava a ordem judicial. Michelle, ao perceber o impacto da situação sobre o marido, teria se emocionado e buscado consolo em familiares. O casal enfrenta agora um novo momento de tensão, cercado por incertezas jurídicas e grande desgaste emocional.
Regime domiciliar é rígido, mas tem caráter provisório
A medida imposta por Moraes é preventiva e tem duração determinada, podendo ser revista a depender das conclusões das investigações. Enquanto estiver em vigor, Bolsonaro deverá permanecer em casa o tempo todo, sem exceções nem mesmo para atividades médicas, a não ser com autorização judicial.
O ex-presidente segue sob vigilância por tornozeleira eletrônica e proibido de manter contato com outros investigados, embaixadores ou autoridades estrangeiras.
A decisão do ministro também prevê a análise dos celulares apreendidos, com o objetivo de identificar se houve outras comunicações irregulares ou tentativas de escapar das restrições. O STF considera que, apesar de Bolsonaro não estar usando diretamente as redes, ele tem se manifestado por meio de aliados e familiares, o que desrespeita a liminar em vigor.
A defesa do ex-presidente prepara um recurso, alegando que não houve desobediência proposital. No entanto, Moraes afirmou que a reincidência nas infrações demonstra falta de compromisso com as determinações judiciais, o que justificou o endurecimento das medidas.
O que motivou a prisão domiciliar foi a participação remota de Bolsonaro em uma manifestação no Rio de Janeiro no último domingo (3/8). Mesmo impedido de se manifestar publicamente, ele fez uma ligação telefônica aos organizadores do ato, e sua mensagem foi transmitida ao público presente. O conteúdo também foi divulgado nas redes sociais pelos filhos, Carlos e Flávio Bolsonaro, o que, para o STF, caracterizou descumprimento claro das medidas impostas.