A notícia da prisão domiciliar temporária de Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), chocou apoiadores e causou forte comoção nacional.
O que poucos sabiam era que, antes mesmo de ser oficialmente colocado em reclusão, o ex-presidente passou por um procedimento de revista e teve seus celulares apreendidos, em cumprimento à decisão judicial. A cena, segundo relatos de pessoas próximas, foi tensa e deixou todos na casa em estado de alerta.
Na chegada dos agentes à residência em Brasília, Bolsonaro foi informado formalmente sobre a medida e, em seguida, submetido à revista pessoal. Embora o procedimento tenha seguido protocolos padrão, o fato de um ex-presidente da República ser revistado dentro de sua própria casa foi considerado impactante até mesmo por membros do Judiciário.
Ele também teve seus aparelhos celulares recolhidos, para que sejam analisados em busca de possíveis provas de que continuava se comunicando por meio das redes sociais, mesmo estando proibido.
Medida é temporária, mas impõe vigilância total
A decisão de Alexandre de Moraes não é uma condenação, mas uma medida preventiva de caráter temporário. Ela foi adotada após o STF concluir que Bolsonaro descumpriu restrições anteriores, como a proibição de se manifestar publicamente, direta ou indiretamente, pelas redes sociais.
Mesmo estando proibido, o ex-presidente participou, por telefone, de uma manifestação no Rio de Janeiro, e sua fala foi reproduzida nas redes por seus filhos, Carlos e Flávio Bolsonaro.
Com isso, a prisão domiciliar foi imposta com regime integral, ou seja, Bolsonaro não poderá sair de casa em nenhum momento, nem aos fins de semana, e segue monitorado por tornozeleira eletrônica 24 horas por dia.
A duração da prisão ainda será definida pelo andamento das investigações. A medida pode ser prorrogada ou revogada, a depender do comportamento de Bolsonaro e das informações extraídas dos celulares apreendidos.
Durante o cumprimento da ordem, Bolsonaro se mostrou revoltado. Levantou a voz, protestou contra a decisão e se recusou, inicialmente, a entregar os aparelhos, segundo fontes próximas. Sua esposa, Michelle Bolsonaro, não conteve as lágrimas. Ela teria se retirado para um dos cômodos da casa ao ver o marido sendo revistado e depois recluso, agora sem poder sair sequer para compromissos pessoais ou religiosos.
