Acaba de Chegar Triste Notícia Sobre Faustão Após Nova Cirur…ver mais
A notícia de que o apresentador Fausto Silva, o Faustão, passou por dois novos transplantes de órgãos em um único dia, totalizando quatro procedimentos em menos de um ano, levanta uma questão importante: quais são os riscos de realizar transplantes sequenciais?
Em entrevista ao CORREIO, o cirurgião-hepatopancreatobiliar Leonardo Fernandes Canedo esclareceu os perigos e complexidades envolvidos nesses procedimentos.
Segundo o especialista, a realização de múltiplos transplantes sempre acarreta riscos elevados. O transplante, por si só, é um procedimento de alta complexidade. Um paciente transplantado necessita de imunossupressores para que o organismo não rejeite o novo órgão.
Essa imunossupressão deixa o corpo mais vulnerável a infecções e outras complicações, o que eleva os riscos em comparação com outros procedimentos cirúrgicos mais comuns. A necessidade de múltiplos transplantes indica uma falência irreversível de órgãos, e o objetivo de cada procedimento é justamente restaurar a saúde do paciente e garantir o funcionamento normal do corpo.
A interdependência dos órgãos e a necessidade de transplantes múltiplos
A falência de um órgão pode afetar a saúde de outros. O transplante, por mais que seja a única solução para um órgão com falência irreversível, pode sobrecarregar outros órgãos. Segundo o cirurgião, o procedimento cirúrgico em si causa uma série de modificações no corpo que podem interferir em outros sistemas.
Além disso, as medicações necessárias para o sucesso do transplante, como os imunossupressores, também podem ter um impacto negativo em outras funções do organismo, como a função renal.
A inter-relação entre os órgãos faz com que, em alguns casos, para que a saúde do paciente seja restabelecida, o transplante de mais de um órgão se torne necessário.
A sobrecarga de um órgão pode desencadear a falência de outro, criando um ciclo que só pode ser quebrado com o transplante. Portanto, a realização de múltiplos transplantes, embora arriscada, pode ser a única opção para salvar a vida do paciente e garantir sua saúde a longo prazo.
Quando é possível realizar um transplante
De acordo com o Dr. Leonardo Canedo, não há um número máximo de transplantes que podem ser feitos sem comprometer a saúde. O transplante é indicado quando há uma falência irreversível de um órgão e a saúde do paciente já está comprometida. O procedimento tem como objetivo, portanto, recompor a saúde e restabelecer uma fisiologia normal.
A necessidade de um transplante é um sinal de que o corpo precisa de ajuda para continuar funcionando. A decisão de realizar múltiplos transplantes é tomada com base em uma avaliação cuidadosa da condição de saúde do paciente, e a esperança é que cada novo órgão contribua para uma melhor qualidade de vida e um futuro mais saudável. A história de Faustão nos lembra da complexidade e da esperança que envolvem o universo dos transplantes.