O Brasil se despediu nesta sexta-feira (8) de Arlindo Cruz, um dos maiores sambistas do país, que faleceu aos 66 anos no Rio de Janeiro. Desde 2017, quando o artista sofreu um acidente vascular cerebral hemorrágico, sua esposa, Babi Cruz, esteve à frente de todos os cuidados, acompanhando de perto a rotina e o tratamento.
No entanto, nas últimas semanas, Babi ganhou destaque na imprensa ao falar publicamente sobre seu novo relacionamento, assumido antes mesmo da morte do cantor.
A ex-porta-bandeira da Mocidade Independente de Padre Miguel revelou, na biografia do marido, que mantém um relacionamento com André Caetano e que a decisão de seguir em frente gerou polêmica. “Tem coisas que eu guardo na minha memória e no meu coração e que eu vou levar para o túmulo, porque é só nosso, da nossa vida”, disse, referindo-se à intimidade que dividia com Arlindo.
Desabafo sobre anos de sofrimento e solidão
Babi detalhou que, após o AVC do sambista, sua vida mudou completamente. Ela contou ter enfrentado um longo período de sofrimento, depressão e solidão. “Ninguém viu a Babi emagrecer 25 kg e depois engordar mais de 30.
Ninguém viu o cabelo da Babi cair todo e eu ficar quase careca, tendo que usar peruca. Ninguém viu o meu sofrimento, a minha solidão, a minha depressão. Conheci o buraco mais fundo do que o fundo do poço”, revelou.
Segundo Babi, foram cinco anos e meio dormindo sozinha, consumindo apenas água, café, remédios para depressão e fumando cigarro. Ela destacou que, nesse período, ouviu dos filhos que sua própria saúde estava em risco e que precisava pensar em si mesma. A decisão de se abrir a um novo relacionamento veio justamente como uma tentativa de resgatar sua vida emocional.
Estado civil indefinido e apoio de outras pessoas
Babi Cruz explicou que conversou abertamente com os filhos sobre seus sentimentos e sobre a decisão de seguir em frente. Ela destacou que seu caso é um exemplo de uma situação que não se encaixa na lei: “Não sou separada, não sou viúva, nem solteira. Tenho um marido com o diagnóstico de inconsciência definitiva, que não volta mais, que não tem a possibilidade de ter uma vida consciente. E esse estado civil, pela lei, não existe”.
A influenciadora afirmou que recebeu apoio de dezenas de pessoas em situações parecidas. Um caso que a marcou foi o de um homem cuja esposa sofreu um acidente de moto e está inconsciente há 13 anos. Ele se casou novamente, teve uma filha, mas não conseguiu registrar a criança por falta de autorização da primeira esposa.
Com a morte de Arlindo Cruz, a história de Babi volta a ganhar destaque, revelando não apenas a dor da perda, mas também os dilemas emocionais e legais que enfrentou nos últimos anos.
