Brasil, 2025 – O caso da jovem Sther Barroso dos Santos comoveu o Rio de Janeiro e reacendeu debates sobre violência, impunidade e a dor de famílias que perdem seus filhos de forma brutal. O enterro da adolescente, realizado na quarta-feira, 20 de agosto, foi marcado por forte comoção, lágrimas e pedidos de justiça que ecoaram entre parentes e amigos.
Na cerimônia de despedida, a mãe de Sther, Carina Couto, desabafou diante do caixão da filha, em uma cena de cortar o coração. “Tirou a minha filha de mim. Eu quero justiça, quero a minha filha”, disse, tomada pelo desespero.
As palavras foram compartilhadas em meio ao silêncio e à indignação de todos que acompanharam a despedida. A família, profundamente abalada, tem se apoiado em manifestações públicas e no uso das redes sociais para cobrar respostas rápidas das autoridades.
O laudo médico e as circunstâncias da tragédia
O laudo oficial do atestado de óbito confirmou que Sther morreu em decorrência de hemorragia cerebral e politraumatismo, resultado das agressões sofridas durante um baile funk no último fim de semana.
O principal suspeito do crime é Bruno da Silva Loureiro, conhecido como “Coronel”, apontado como chefe do tráfico no Morro do Muquiço. De acordo com familiares, Sther já havia tido um relacionamento com ele e vinha sendo alvo de ameaças. Para tentar se proteger, havia até se mudado de comunidade recentemente, mas a violência acabou alcançando-a de forma fatal.
Sonhos interrompidos e esperança por justiça
As revelações feitas por amigos e parentes nas redes sociais mostraram um lado ainda mais doloroso da história. Em anotações encontradas em seu caderno, Sther escrevia sobre os planos para este ano: terminar a escola, fazer três cursos e realizar o desejo simples de ter um cachorro.
Sonhos interrompidos de forma precoce, arrancados por uma violência que deixou sua família mergulhada no luto. A irmã da jovem, Stefany, também se manifestou, afirmando sentir-se impotente por não ter conseguido proteger Sther, e declarou sua revolta contra a impunidade.
Enquanto isso, “Coronel”, que já possui 12 mandados de prisão em aberto por outros crimes, segue foragido. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso, e a família mantém a esperança de que a justiça seja feita. Para eles, a prisão do acusado representaria não apenas um alívio, mas também a chance de evitar que outras famílias passem pela mesma dor.
Esse caso escancara, mais uma vez, o impacto devastador da violência urbana no Brasil, onde vidas jovens, cheias de planos e expectativas, são interrompidas de forma cruel, deixando apenas lembranças e a luta incessante por justiça.