O ex-presidente Jair Bolsonaro foi diagnosticado com anemia e pneumonia, segundo boletim médico divulgado na última terça-feira (10). A combinação das duas condições levantou preocupações sobre a gravidade do quadro e possíveis complicações.
De acordo com o médico especialista em saúde integrativa Dr. Milano Marques, da Clínica Doctor Pure, a anemia é um sinal de alerta de que o organismo não está funcionando adequadamente.
“A anemia é definida como a redução da concentração de hemoglobina ou da quantidade de glóbulos vermelhos no sangue. Esses glóbulos transportam oxigênio, e quando estão em baixa, os tecidos recebem menos oxigênio, o que explica sintomas como fraqueza, tontura, palidez, falta de ar e cansaço”, afirma.
Entendendo a gravidade da anemia
Segundo o especialista, a anemia não é uma doença isolada, mas um sintoma com diferentes causas, que podem ir desde deficiência de ferro e vitaminas até doenças inflamatórias, genéticas ou autoimunes.
Em casos leves, já há impacto significativo no bem-estar e na disposição do paciente. Quando o quadro é moderado ou grave, o risco se amplia, podendo sobrecarregar o coração, reduzir a imunidade e até aumentar a vulnerabilidade a infecções — fator ainda mais preocupante quando há o diagnóstico simultâneo de pneumonia.
Entre as possíveis complicações estão problemas cognitivos, palpitações, queda de cabelo, risco cardiovascular, complicações durante a gestação (no caso das mulheres) e necessidade de tratamentos complexos, como transfusões de sangue ou até transplante de medula óssea em casos extremos.
Pneumonia e risco associado
No caso de Bolsonaro, o diagnóstico de pneumonia em conjunto com anemia agrava a preocupação. A infecção pulmonar compromete a respiração, enquanto a baixa concentração de hemoglobina reduz a oxigenação do corpo. Essa combinação pode aumentar a sensação de falta de ar e fraqueza, além de exigir maior esforço do sistema cardiovascular.
“O risco de vida existe em anemias graves não tratadas, quando há associação com doenças cardíacas ou quando a origem é genética ou aplásica. A presença da pneumonia aumenta a necessidade de acompanhamento médico rigoroso, porque o organismo está mais vulnerável e a recuperação pode ser mais lenta”, ressalta Dr. Milano.
Tratamento e cuidados necessários
O tratamento da anemia depende diretamente da causa. Pode envolver reposição de ferro ou vitaminas, controle de doenças de base, uso de medicamentos que estimulam a produção de glóbulos vermelhos e, em casos severos, transfusões de sangue ou transplante de medula óssea.
O especialista alerta ainda que a automedicação é perigosa e pode trazer efeitos colaterais graves. O ideal é que todo tratamento seja acompanhado por uma equipe médica, com exames frequentes para monitorar a evolução do quadro.
Na maioria dos casos, o tratamento pode ser feito em casa, com medicamentos e dieta adequada, mas a internação hospitalar pode se tornar necessária em situações de anemia profunda, sintomas intensos ou presença de doenças associadas, como é o caso da pneumonia.