A cidade de Sarandi, no Paraná, foi palco de mais um crime brutal que evidencia a gravidade da violência contra a mulher no país. A professora Fabiane Osmundo Souza, de 41 anos, foi assassinada a facadas pelo ex-marido, um ex-pastor de 43 anos, na noite da última quarta-feira (24). O feminicídio ocorreu dentro da casa da vítima e foi presenciado pelo filho mais novo do casal, de apenas cinco anos.
Segundo a polícia, o homem desferiu cerca de 30 golpes de faca contra a professora, que também era mãe de outro adolescente de 13 anos. Após o crime, o suspeito fugiu de moto, sofreu um acidente e tentou escapar a pé. Ainda assim, acabou sendo reconhecido por vizinhos que acionaram as autoridades, o que possibilitou sua prisão em flagrante.
Confissão sem arrependimento e histórico de violência
O autor do crime não apenas confessou o assassinato como também afirmou, em entrevista à imprensa, não estar arrependido. Em declaração à Ric RECORD Maringá, ele disse que matou a ex-esposa “por dignidade”, sob a justificativa de uma suposta traição. “Ela me traiu, tem que morrer. […] Não estou arrependido e vou cumprir meus anos de cadeia”, declarou friamente.
De acordo com a Polícia Militar, Fabiane já havia solicitado medida protetiva contra o ex-marido, que possuía histórico de violência e perseguição. Ele chegou a ser preso anteriormente por destruir a casa da professora, mas após ser liberado voltou a ameaçá-la. O caso reforça as falhas na proteção de mulheres vítimas de agressão, mesmo quando medidas judiciais já haviam sido adotadas.
Impacto na comunidade e investigação em andamento
A cena presenciada pelo filho de cinco anos gerou comoção em Sarandi e levantou novos questionamentos sobre a eficácia das políticas públicas de combate à violência doméstica. A criança deverá receber acompanhamento psicológico, assim como o filho mais velho da vítima.
A faca utilizada no feminicídio foi recuperada e o autor permanece preso, à disposição da Justiça. O caso foi registrado como feminicídio qualificado, crime que pode resultar em pena de até 30 anos de prisão.
O assassinato de Fabiane Osmundo Souza não apenas deixou uma família destruída, mas também escancarou, mais uma vez, a urgência de medidas mais efetivas para proteger mulheres em situação de risco. O episódio é um lembrete doloroso de que a violência de gênero segue sendo uma realidade alarmante em diversas cidades brasileiras.