Brasil, 2025 – Uma tragédia abalou a cidade de Jataí, no sudoeste de Goiás, no último sábado (6). A jovem diarista Renata Ferreira Lopes, de 24 anos, perdeu a vida após sofrer uma descarga elétrica enquanto trabalhava na limpeza de uma calçada usando uma lavadora de alta pressão.
O caso gerou forte comoção na comunidade e abriu espaço para discussões sobre a segurança no trabalho doméstico, além de levantar a possibilidade de responsabilização do proprietário da residência.

Renata havia sido contratada pela primeira vez para prestar serviços naquela casa. De acordo com as primeiras apurações, a máquina utilizada era nova, mas estava conectada a uma extensão improvisada, com emendas e fitas isolantes.
A suspeita é de que a água entrou em contato com a fiação, provocando o choque fatal. Segundo o delegado Marlon Luz, o corpo da jovem apresentava lesões típicas de eletrocução nos braços. A situação chamou a atenção da família quando o marido percebeu que a esposa demorava mais do que o normal para retornar. Preocupado, ele decidiu verificar o local e, ao pular o muro, encontrou Renata caída em um corredor ao lado da lavadora, já sem vida.
A investigação e a responsabilidade do proprietário
Após o chamado, a Polícia Científica foi acionada e realizou perícia na cena do acidente. A lavadora e a mangueira foram recolhidas para análise técnica. O delegado responsável pelo caso explicou que o inquérito vai apurar se houve negligência na manutenção dos equipamentos ou da instalação elétrica da casa.
“Vamos investigar a possibilidade de homicídio culposo, caso seja confirmado que havia riscos ignorados pelo proprietário do imóvel. Precisamos entender se houve falhas no fornecimento de condições seguras para o trabalho da diarista”, declarou Marlon Luz. A investigação será fundamental para determinar até que ponto o acidente foi consequência de um descuido ou de uma fatalidade inevitável.

Uma família em luto e um alerta para a sociedade
Renata deixa o marido e duas filhas pequenas, que agora enfrentam não apenas a dor da perda, mas também a realidade difícil da ausência de quem era um dos principais pilares da família. Vizinhos e amigos descreveram a jovem como uma mulher batalhadora, dedicada ao trabalho e à família.
O caso também reacende o debate sobre as condições em que diaristas e trabalhadores domésticos atuam no Brasil. Muitos desempenham funções sem garantias formais de segurança, enfrentando riscos com equipamentos elétricos, produtos químicos e estruturas inadequadas. A morte de Renata traz à tona a necessidade de maior conscientização sobre medidas preventivas e responsabilidades legais nesses contextos.
O corpo da diarista foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e liberado para o sepultamento, realizado em meio a grande comoção. Agora, a investigação seguirá para esclarecer as circunstâncias do acidente e, principalmente, avaliar se a tragédia poderia ter sido evitada.
A história de Renata é mais um retrato doloroso de como a falta de cuidados básicos com equipamentos elétricos pode custar vidas. Mais do que números em estatísticas, sua partida prematura representa uma família desfeita e uma comunidade em luto, reforçando a urgência de prevenir novas perdas como essa.