A morte do advogado criminalista Luiz Fernando Pacheco, de 51 anos, abalou o meio jurídico brasileiro e segue sob investigação pela Polícia Civil de São Paulo. O corpo do jurista foi encontrado na madrugada de 1º de outubro, no bairro de Higienópolis, região central da capital paulista. As autoridades apuram a hipótese de intoxicação por metanol, substância altamente tóxica usada na adulteração de bebidas alcoólicas.
De acordo com o boletim de ocorrência, Pacheco passou mal na rua após sair de um bar onde havia participado de uma confraternização com amigos. Minutos antes de ser socorrido, ele enviou mensagens em um grupo de WhatsApp relatando que teria ingerido metanol. Às 0h06, o advogado escreveu o alerta, e cerca de 40 minutos depois, a polícia foi acionada. Às 1h40, o óbito foi confirmado.

Sintomas começaram após confraternização com amigos
Testemunhas informaram que o advogado havia participado de um encontro em um bar da região, comemorando a aprovação da isenção do Imposto de Renda. Segundo relatos, o grupo consumia cerveja, mas Pacheco optou por uísque.
Após deixar o local, ele começou a sentir-se mal dentro de um táxi, apresentando convulsões e dificuldades para respirar. O motorista acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que o levou à Santa Casa de Misericórdia, mas ele não resistiu.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que aguarda laudos periciais do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) para confirmar se houve, de fato, intoxicação por metanol. Inicialmente, o caso foi registrado como morte súbita pelo 78º Distrito Policial, mas novas diligências e depoimentos devem ajudar a esclarecer as circunstâncias da morte.
A Secretaria da Saúde informou que, até o momento, não recebeu notificação oficial sobre o caso. A suspeita de contaminação por metanol, porém, reacende o alerta sobre o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, problema que já provocou diversas mortes no país nos últimos anos.
Luto e homenagens a um nome respeitado da advocacia
Reconhecido por sua trajetória e postura combativa, Luiz Fernando Pacheco era figura de destaque no meio jurídico nacional. Ele foi sócio-fundador do Grupo Prerrogativas, criado em 2014, um coletivo de advogados progressistas que ganhou notoriedade ao defender o ex-deputado José Genoino no processo do mensalão.
Colegas e amigos lamentaram profundamente a perda do jurista, lembrando sua inteligência, generosidade e dedicação à defesa das prerrogativas da advocacia. Em nota, o Grupo Prerrogativas expressou solidariedade à família e classificou Pacheco como “um defensor incansável do Estado Democrático de Direito”.
O caso, que permanece em investigação, reforça também a preocupação das autoridades com a circulação de bebidas adulteradas no país. Enquanto aguardam os resultados dos exames toxicológicos, familiares e amigos se despedem de um profissional que marcou a história recente do direito penal brasileiro.