Uma nova onda de luto atinge uma família no Piauí com a morte da pequena Lauane da Silva, de apenas três anos, que não resistiu ao envenenamento que afetou nove de seus familiares.
A criança faleceu na madrugada desta segunda-feira, no Hospital de Urgência de Teresina, tornando-se a terceira vítima fatal dessa tragédia, que também tirou a vida de seu irmão e de seu tio.
O Instituto de Medicina Legal (IML) revelou um dado estarrecedor: a presença do veneno terbufós, um poderoso organofosforado usado como inseticida, foi detectada no baião de dois consumido pela família.
Segundo o diretor do IML, Dr. Antônio Nunes, o veneno estava visivelmente disperso no arroz: “Estava em todo o arroz, em grânulos visíveis”.
O terbufós é conhecido por seus efeitos devastadores no sistema nervoso central, podendo causar tremores, convulsões, cólicas intensas e insuficiência respiratória. Para o delegado Abimael Silva, que lidera as investigações, não há dúvidas de que o veneno foi introduzido intencionalmente: “É impossível ter ido parar lá sem intenção de alguém”.
A mãe de Lauane, Francisca Maria da Silva, de 32 anos, segue internada no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, em Parnaíba, enquanto sua filha de quatro anos continua em tratamento em Teresina. Outros quatro membros da família já receberam alta, mas o impacto emocional e físico ainda é profundo.
As investigações iniciais chegaram a suspeitar de um peixe doado à família, mas análises periciais descartaram a hipótese, comprovando que o pescado não continha substâncias tóxicas. Assim, o casal responsável pela doação foi inocentado.
Esse terrível episódio reacende as memórias de outra tragédia vivida pela mesma família. Em 2024, dois filhos de Francisca Maria, com 7 e 8 anos, morreram após ingerirem cajus contaminados com o mesmo veneno. Na ocasião, uma vizinha foi condenada por duplo homicídio qualificado e permanece presa.
A Polícia Civil do Piauí trata o caso atual como homicídio e está empenhada em descobrir quem foi responsável por introduzir o terbufós na refeição. O envenenamento brutal comoveu a comunidade local e despertou indignação pela sequência de ataques contra essa família.
Enquanto as autoridades seguem com as apurações, a sociedade se une em solidariedade, tentando oferecer algum consolo para uma família que já sofreu perdas inimagináveis. Este caso, que combina crueldade e reincidência, exige respostas rápidas e punições severas, reforçando a necessidade de justiça em meio à dor.
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