O velório de Arlindo Cruz, realizado neste sábado (9) na quadra do Império Serrano, no Rio de Janeiro, foi marcado por emoção, homenagens e grande presença de fãs, familiares e amigos. Entre todos, a figura que mais chamou atenção foi a da esposa do sambista, Babi Cruz. Conhecida por cuidar de Arlindo desde 2017, quando ele sofreu um AVC hemorrágico, Babi surpreendeu ao se mostrar calma e tranquila durante toda a cerimônia.
Quem esteve presente relatou que, embora recebesse abraços e palavras de conforto, Babi não chorava compulsivamente nem apresentava sinais de desespero. Ela cumprimentou pessoas, agradeceu pela presença e conversou com serenidade, transmitindo uma postura de aceitação diante do momento de despedida.
O comportamento de Babi reacendeu comentários sobre o fato de que, nos últimos meses, ela já havia assumido publicamente um novo relacionamento, algo que gerou polêmica ainda antes da morte do marido. Para alguns, a tranquilidade de Babi no velório foi reflexo de um longo processo de luto que começou anos antes, quando Arlindo passou a viver em estado de inconsciência.
Anos de sofrimento e decisão de seguir em frente
Babi já havia detalhado, em entrevistas e no livro biográfico de Arlindo Cruz, o quanto sofreu nos últimos anos. Ela relatou ter enfrentado depressão profunda, solidão e desgaste físico e emocional. “Ninguém viu a Babi emagrecer 25 kg e depois engordar mais de 30. Ninguém viu o cabelo da Babi cair todo e eu ficar quase careca, tendo que usar peruca. Ninguém viu o meu sofrimento, a minha solidão, a minha depressão. Conheci o buraco mais fundo do que o fundo do poço”, disse.
Para ela, a decisão de se abrir a um novo amor, com André Caetano, surgiu como forma de reencontrar sentido para a vida. Foram cinco anos e meio dormindo sozinha, lidando com a ausência de um parceiro ativo e consciente. Essa experiência, segundo Babi, moldou sua postura atual, inclusive no momento da despedida.
Reflexão sobre amor, perda e recomeço
Em suas declarações, Babi deixou claro que não enxerga sua história apenas como um rompimento, mas como uma adaptação à realidade imposta pela doença. Ela também contou que recebeu mensagens de apoio de pessoas que vivem situações semelhantes, muitas delas enfrentando dificuldades legais para reconstruir suas vidas.
No velório, sua postura calma foi interpretada por alguns como frieza, mas por outros como sinal de paz após anos de luta e sofrimento. Para Babi, a despedida de Arlindo foi a conclusão de um ciclo doloroso, vivido com amor, dedicação e, por fim, aceitação.
