Três meses após a morte da atriz mirim Millena Brandão, de apenas 11 anos, o pai da menina, Luiz Rodrigo Brandão, falou pela primeira vez sobre o que considera uma tragédia anunciada.
Em entrevista concedida nesta segunda-feira (28) à CNN, ele desabafou sobre a dor da perda e a revolta com o que define como negligência médica, apontada como a principal responsável pela infecção que tirou a vida da filha.
Millena foi vítima de uma infecção no cérebro, que, segundo o laudo médico, evoluiu rapidamente e causou complicações fatais. Para a família, essa infecção poderia ter sido contida se houvesse o diagnóstico correto no momento em que a menina buscou atendimento.
“Tiraram a vida da nossa filha, era para ela estar com a gente aqui hoje”, disse o pai, desolado. Ele relatou que a médica que atendeu a criança não solicitou exames básicos como tomografia ou raio-x.
Erro no diagnóstico pode ter custado a vida da atriz
Segundo Luiz Rodrigo, Millena deu entrada na UPA com fortes dores de cabeça e sinais claros de agravamento, mas nada foi feito para investigar a causa com profundidade.
O quadro se agravou silenciosamente, e a infecção se espalhou, atingindo áreas vitais do cérebro. “Era uma infecção que podia ter sido tratada se tivessem feito os exames certos. Mas ignoraram os sintomas. Isso que mais dói.”
O caso se tornou ainda mais doloroso com a repercussão nas redes sociais. A família passou a ser alvo de ataques cruéis, com comentários absurdos insinuando que os pais já sabiam que a filha morreria ou que estariam buscando lucro com a tragédia. “Dizerem que a gente queria dinheiro… é desumano”, lamentou.
Agora, a família luta para que o caso seja reconhecido como erro médico com consequências fatais. A Polícia Civil já abriu investigação e trata a morte como suspeita. A esperança é que a justiça seja feita e que a memória de Millena sirva de alerta sobre os riscos de atendimentos médicos superficiais diante de sintomas graves.
Para os pais, a dor de perder uma filha tão jovem é irreparável, mas a busca por justiça é o que os mantém de pé. “A infecção matou minha filha, mas foi a omissão que abriu essa porta”, finalizou Luiz Rodrigo.
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