Um avião de pequeno porte caiu na noite desta terça-feira (23) na zona rural de Aquidauana, no Pantanal sul-mato-grossense, e deixou quatro mortos. O acidente ocorreu próximo à Fazenda Barra Mansa, região conhecida pelo turismo e pela recepção de visitantes de diferentes partes do Brasil e do mundo.
A aeronave, um modelo Cessna, explodiu ao atingir o solo, carbonizando os corpos das vítimas. Entre os mortos estão o piloto e proprietário do avião, Marcelo Pereira de Barros, o arquiteto chinês Kongjian Yu, um dos maiores nomes da arquitetura contemporânea, e os documentaristas brasileiros Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr.
Entre as vítimas, um dos maiores arquitetos do mundo
A morte de Kongjian Yu foi confirmada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), que lamentou profundamente a perda. Reconhecido internacionalmente, o arquiteto era o idealizador do conceito de “cidades esponja”, que utiliza vegetação e canais hídricos para revitalizar áreas urbanas e reduzir impactos de enchentes e eventos extremos.
No Brasil desde o início de setembro, Yu participou de palestras e gravações ligadas ao tema. No dia 18, esteve presente na abertura da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, realizada na Oca, no Parque Ibirapuera. Segundo amigos, ele trabalhava em um documentário ao lado de Luiz Fernando Ferraz, documentarista brasileiro que também morreu no acidente. A obra abordaria justamente o impacto e a aplicação do conceito de cidades esponja em diferentes cenários.
A perda foi sentida não apenas no meio arquitetônico, mas também no audiovisual, já que Ferraz era conhecido por registrar questões ambientais e sociais em seus trabalhos.
Investigação das causas do acidente
A explosão da aeronave após o impacto dificultou o reconhecimento imediato das vítimas. A delegada Ana Cláudia Medina, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), informou que equipes foram deslocadas para o local com o objetivo de remover os corpos e iniciar os procedimentos de perícia.
A região de difícil acesso representa um desafio extra para as equipes de resgate e investigação. A perícia inicial será conduzida pelo Dracco, que também avaliará as condições ambientais do Pantanal, marcado por períodos de seca intensa e cheias sazonais.
Ainda não há confirmação oficial sobre a causa do acidente. Caberá às investigações técnicas apontar se houve falha mecânica, erro humano ou influência de fatores externos. Enquanto isso, familiares, amigos e admiradores lamentam a perda de quatro vidas em um episódio que deixou o Pantanal e a comunidade internacional em luto.