A descoberta de um bebê abandonado em uma área de mata no estado de Rajastão, na Índia, deixou moradores em choque e ganhou repercussão internacional. A criança, com apenas 15 dias de vida, foi encontrada em condições alarmantes e em estado grave de saúde, levantando questionamentos sobre a crueldade envolvida no caso.
O recém-nascido foi localizado por um pastor de gado que passava pelo local. Ao perceber que havia algo de errado, ele se aproximou e constatou que a boca do bebê estava colada com algum tipo de adesivo. Em um gesto imediato de socorro, acionou ajuda para que a criança fosse levada ao hospital.
Situação encontrada e atendimento médico
De acordo com os médicos do hospital público de Bijolia, onde a criança recebeu atendimento emergencial, a situação era ainda mais grave do que parecia inicialmente. Além da boca colada, os profissionais encontraram uma pedra dentro da cavidade bucal do bebê, o que poderia ter causado a morte por asfixia.
Durante o exame clínico, novas descobertas chocaram a equipe médica: havia pequenas pedras nas dobras do corpo da criança, como nos braços e nas pernas, inclusive na região dos joelhos. O cenário reforçou a hipótese de que o bebê foi submetido a maus-tratos intencionais antes de ser deixado na mata. Apesar da gravidade, os profissionais conseguiram estabilizar a criança, considerada por muitos como um verdadeiro milagre de sobrevivência.
Investigação policial e buscas por responsáveis
Logo após o resgate, a polícia local foi acionada e iniciou buscas na região onde o bebê foi encontrado. Próximo ao local, os agentes localizaram uma embalagem que teria sido usada para colar os lábios da criança. O material foi apreendido e passou a integrar as investigações, que seguem em andamento.
As autoridades também ampliaram a apuração para clínicas e hospitais da região, na tentativa de identificar mulheres que tenham dado à luz recentemente. O objetivo é cruzar registros de partos com informações locais, na esperança de chegar à mãe ou a possíveis envolvidos. Além disso, moradores próximos foram interrogados, mas até o momento não há suspeitos identificados. O caso é tratado como crime de tentativa de homicídio e abandono de incapaz.
Reflexões e paralelos com o Brasil
O episódio, que já repercute em veículos de comunicação de outros países, expõe uma realidade dolorosa: o abandono de recém-nascidos ainda ocorre em diferentes partes do mundo. No Brasil, infelizmente, também são registrados casos semelhantes. Muitas vezes, envolvem mães em situação de extrema vulnerabilidade social, sem condições emocionais ou financeiras para cuidar do bebê.
Vale lembrar que, no Brasil, a legislação prevê alternativas seguras e legais para evitar tragédias como essa. Uma gestante que não deseja ou não pode assumir a criação do filho pode abrir mão da guarda ainda no hospital, garantindo que a criança seja acolhida pelo sistema de proteção sem passar por riscos.
O caso de Rajastão reacende a discussão global sobre abandono infantil e a necessidade de fortalecer políticas públicas de acolhimento e apoio às mães em situação de vulnerabilidade. Enquanto a investigação segue, moradores da região enxergam na sobrevivência do bebê um sinal de esperança diante de um crime tão brutal.