O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, do Partido Liberal, deixou sua residência na manhã deste domingo, dia quatorze de setembro, para realizar um procedimento médico autorizado pelo Supremo Tribunal Federal.
Essa foi a primeira vez que ele saiu de casa desde que foi condenado, na última quinta-feira, dia onze, a vinte e sete anos e três meses de prisão por cinco crimes.
Bolsonaro saiu por volta das sete horas e trinta minutos em um comboio formado por seis motocicletas e seis viaturas da Polícia Penal do Distrito Federal. O destino foi o hospital onde seria submetido à cirurgia de retirada de lesões na pele, uma medida considerada necessária para avaliação médica mais detalhada.
Procedimento médico e detalhes do quadro de saúde
De acordo com o laudo médico, o ex-presidente apresenta um nevo melanocítico no tronco, que se trata de uma pinta geralmente benigna, mas que pode exigir acompanhamento quando apresenta características atípicas. Além disso, Bolsonaro também possui uma neoplasia de comportamento incerto, expressão usada quando não é possível definir de imediato se a lesão é benigna ou maligna.
Segundo a dermatologista Natasha Crepaldi, esse tipo de intervenção é realizada para retirar a mancha suspeita e submetê-la a exame laboratorial, permitindo um diagnóstico definitivo. O procedimento, feito sob anestesia local, costuma durar entre vinte e trinta minutos, dependendo da profundidade e do tamanho da lesão. A cirurgia é considerada simples e ambulatorial, com previsão de alta no mesmo dia.
Após a remoção, o ex-presidente deverá retornar ao hospital em um prazo de dez a quinze dias para retirar os pontos e passar por nova avaliação médica. A medida é preventiva, já que não há confirmação de câncer, mas existe a necessidade de descartar qualquer possibilidade de evolução da lesão.
Prisão domiciliar e autorizações do Supremo
Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar desde o dia quatro de agosto, quando descumpriu medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal. Por essa condição, cada saída precisa de autorização judicial. A permissão mais recente foi concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, ainda na quarta-feira, dia dez de setembro, antes da condenação formal do ex-presidente.
Essa foi a segunda vez que Bolsonaro deixou o regime domiciliar para atendimento médico. A primeira ocorreu no dia dezesseis de agosto, quando precisou realizar exames relacionados a refluxo e episódios de soluços persistentes.
Agora, além de enfrentar uma longa pena determinada pela Justiça, Bolsonaro também convive com a necessidade de cuidados médicos contínuos. A cirurgia deste domingo se soma a um histórico de procedimentos e avaliações que o ex-presidente já realizou nos últimos anos, reforçando a atenção voltada ao seu estado de saúde mesmo em meio ao cumprimento da pena.