O ex-presidente Jair Bolsonaro será transferido da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, para o Hospital DF Star, onde passará por uma cirurgia para correção de duas hérnias inguinais. A internação está prevista para esta quarta-feira, véspera de Natal, enquanto o procedimento cirúrgico deve ocorrer no dia 25 de dezembro.
A autorização para a transferência foi concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após manifestação favorável da Procuradoria-Geral da República. A decisão leva em consideração laudos médicos oficiais que apontaram a necessidade do procedimento, mesmo não se tratando de uma emergência imediata.

Laudo médico confirma hérnia inguinal bilateral
Bolsonaro está preso desde o dia 22 de novembro, após violar as condições da prisão domiciliar ao danificar a tornozeleira eletrônica que utilizava. Durante o período de reclusão, passou por avaliação médica da Polícia Federal, que confirmou a presença de hérnia inguinal bilateral.
Segundo o laudo pericial, a condição pode causar dores persistentes e gerar complicações caso não seja tratada adequadamente. Embora o quadro não tenha sido classificado como emergencial, os especialistas recomendaram a realização da cirurgia em caráter eletivo, o mais breve possível, para evitar agravamento do problema de saúde.
A defesa do ex-presidente solicitou a autorização judicial para a internação e o procedimento cirúrgico, argumentando que a permanência prolongada da condição poderia comprometer o estado clínico do paciente. Com a manifestação técnica favorável, o pedido foi analisado e aprovado pelo STF.
Internação terá esquema rígido de segurança
A transferência de Jair Bolsonaro para o hospital ocorrerá sob um forte esquema de segurança. O deslocamento será feito de maneira discreta, com acesso pelas garagens do hospital, a fim de evitar exposição pública e possíveis tumultos.
Durante todo o período de internação, a Polícia Federal manterá vigilância ininterrupta. Pelo menos dois agentes permanecerão posicionados na porta do quarto ocupado pelo ex-presidente, além de equipes de prontidão distribuídas nas dependências internas e nos arredores da unidade hospitalar.
O uso de aparelhos eletrônicos no quarto está proibido, com exceção apenas de equipamentos médicos devidamente autorizados. A medida visa garantir tanto a segurança quanto o cumprimento das determinações judiciais relacionadas ao regime de custódia.
Visitas restritas e retorno à prisão após cirurgia
A única visita autorizada de forma permanente durante a internação será a da esposa, Michelle Bolsonaro. Ela poderá acompanhar o ex-presidente, respeitando as normas internas do hospital. Qualquer outra visita dependerá de autorização judicial prévia.
Após a realização da cirurgia e a liberação médica, Jair Bolsonaro deverá retornar à unidade prisional para dar continuidade ao cumprimento da pena. Ele foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por envolvimento em uma trama golpista, processo que resultou em sua atual condição de recluso.
O episódio representa mais um capítulo da trajetória política e jurídica do ex-presidente, agora marcada também por questões de saúde. Nas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho de Bolsonaro e pré-candidato à Presidência da República, pediu orações ao pai e comentou sobre a oscilação do estado clínico.
“Como todo mundo sabe, ele está na iminência de se internar para fazer uma cirurgia. Tem dias que ele acorda bem, tem dias que acorda pior”, afirmou o senador, ressaltando o momento delicado vivido pela família em meio ao cumprimento da pena do ex-presidente.