A brasileira Jhordana Dias, de 26 anos, natural de Goiânia (GO), denunciou ter sido vítima de uma tentativa de estupro dentro de um trem na região metropolitana de Paris, na última quinta-feira (16). O caso ocorreu na estação de Choisy-le-Roi, na periferia sul da capital francesa, e foi parcialmente registrado em um vídeo feito por uma passageira que interveio para salvar a vítima.
Nas imagens, é possível ouvir Jhordana chorando e gritando em português: “Ele tentou me agarrar! Eu tô com medo!”. A mulher que a socorreu confronta o agressor e ordena que ele se afaste. O homem, então, foge pela plataforma antes da chegada da polícia.
Segundo Jhordana, o suspeito a observava fixamente no vagão vazio antes de agredi-la fisicamente, tentando baixar suas calças, tocando partes íntimas e tentando sufocá-la. Ela também relatou ter sido mordida no lábio e arranhada no rosto. O jornal Le Parisien publicou fotos que mostram os ferimentos.
Aumento da violência em transportes públicos
Jhordana, que é contadora, havia se mudado há poucos meses para a França, onde vive com o irmão. Ela afirmou à imprensa francesa que a intervenção da passageira foi decisiva: “O que teria acontecido se ela não tivesse vindo? Talvez eu estivesse morta”, declarou.
De acordo com o Observatório Nacional de Violência contra as Mulheres, o número de casos de violência sexual em transportes coletivos na França aumentou 86% entre 2016 e 2024. No último ano, foram registradas 3.374 ocorrências, incluindo ofensas sexuais, assédio e exibicionismo, sendo que 6% envolvem estupro ou tentativa de estupro.
O caso de Jhordana reacendeu o debate sobre segurança de mulheres em transportes públicos na França. A polícia francesa continua as buscas pelo suspeito, enquanto a brasileira recebe acompanhamento psicológico e jurídico. A embaixada do Brasil em Paris também foi informada e ofereceu suporte à vítima.
Pra onde ligar em casos como este?
Em casos de violência sexual na França, a vítima deve ligar imediatamente para o 17, número da polícia local (Police Nationale ou Gendarmerie), ou para o 112, que é o número europeu de emergência válido em todo o continente.
Também é possível acionar o 15, do SAMU, para atendimento médico urgente. Após o socorro, é fundamental procurar um hospital público para realizar exames e registrar provas do crime. A vítima pode ainda ligar para o 3919, linha gratuita e confidencial de apoio a mulheres em situação de violência, disponível 24h, com atendimento em vários idiomas, inclusive em português.