A internação do ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a um desfecho nesta quinta-feira (25), após a realização de uma cirurgia de emergência em Brasília. O procedimento, considerado necessário após avaliação médica, ocorreu na manhã do feriado de Natal e trouxe novos detalhes sobre o estado de saúde do ex-chefe do Executivo.
Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral, realizada no Hospital DF Star. A operação teve duração aproximada de três horas e meia e foi concluída no início da tarde, sem registro de intercorrências graves, segundo a equipe médica responsável.
Cirurgia durou mais de três horas e foi considerada bem-sucedida
De acordo com os médicos, o ex-presidente apresentava uma hérnia do tipo mista, com componentes diretos e indiretos, em ambos os lados da região inguinal. O cirurgião Cláudio Birolini, responsável pelo procedimento, explicou que foi realizado o reforço da parede abdominal, com a colocação de uma tela sintética para garantir maior sustentação da musculatura.
“O procedimento transcorreu dentro do esperado. A correção foi feita com sucesso, respeitando todas as particularidades do quadro clínico do paciente”, afirmou o médico durante entrevista coletiva.
Após a cirurgia, Bolsonaro foi encaminhado ao quarto, onde permanece em recuperação. Nos próximos dias, o foco da equipe hospitalar será o controle da dor e a realização de fisioterapia, medidas consideradas fundamentais para evitar complicações no pós-operatório.
Autorização do STF e acompanhamento clínico contínuo
A intervenção cirúrgica foi autorizada na última terça-feira (22) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após solicitação da defesa e realização de perícia médica. Como o ex-presidente está sob custódia federal, qualquer deslocamento externo ou procedimento médico depende de autorização judicial expressa.
Bolsonaro havia sido transferido da Superintendência da Polícia Federal para o hospital na quarta-feira (23), justamente para acompanhamento especializado. Segundo os médicos, o histórico de múltiplas cirurgias abdominais ao longo dos últimos anos contribuiu para o enfraquecimento da musculatura, aumentando o risco associado à hérnia e justificando a urgência do procedimento.
A hérnia inguinal ocorre quando tecidos internos escapam por áreas de fragilidade da parede abdominal, formando abaulamentos que podem evoluir para quadros mais graves, como o encarceramento intestinal.
Segundo procedimento foi adiado por precaução médica
Apesar do sucesso da cirurgia principal, um segundo procedimento, que estava previsto para tratar os soluços persistentes apresentados por Bolsonaro, acabou sendo adiado. O cardiologista Brasil Caiado explicou que a equipe optou por intensificar o tratamento clínico antes de realizar o bloqueio do nervo frênico.
Exames identificaram uma esofagite severa, associada a gastrite e refluxo gastroesofágico, condições que podem estar diretamente ligadas aos espasmos. “Optamos por potencializar a medicação e observar a resposta clínica nos próximos dias”, afirmou o médico.
Nas redes sociais, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro comemorou o resultado da cirurgia e demonstrou alívio com o fim do procedimento. “Agora é aguardar o retorno da anestesia”, escreveu.
Com a cirurgia concluída e o quadro considerado estável, a expectativa da equipe médica é de uma recuperação progressiva, sob observação constante, enquanto seguem as avaliações para os próximos passos do tratamento.