Brasil, 2025 — O caso do cavalo mutilado em Bananal (SP) continua gerando grande repercussão e desdobramentos. Após a comoção nacional provocada pelas imagens do animal com as patas cortadas, a Polícia Civil se pronunciou oficialmente nesta quinta-feira (21), reforçando que o crime de maus-tratos já está configurado, independentemente do resultado da nova perícia realizada.
Segundo o delegado Rubens Luiz Fonseca Melo, chefe da Polícia Civil de Bananal, a investigação aponta que a morte do cavalo por exaustão já caracteriza o crime. “O autor disse que o cavalo já estava morto […] todavia, os maus-tratos já estão aí porque, se o animal morreu de cansaço, já houve maus-tratos”, destacou.
Ainda assim, a polícia aguarda o resultado do laudo técnico, que deve esclarecer se o corte das patas ocorreu antes ou depois da morte. A definição é considerada relevante para o inquérito, embora não altere o entendimento de que houve crueldade contra o animal.
Repercussão política e debate sobre leis de proteção animal
O episódio reabriu discussões no Congresso sobre o endurecimento da legislação contra maus-tratos. O deputado federal Felipe Becari, autor de um projeto que prevê aumento de penas para casos envolvendo animais de grande porte, afirmou que há resistência dentro da própria Casa.
“A gente já dialogou com o relator, ele já demonstrou resistência”, disse o parlamentar, que cobra maior agilidade para aprovar medidas mais rigorosas diante da comoção social.
Depoimento do tutor e próximos passos da Justiça
O tutor do cavalo, Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, confessou ter cortado as patas do animal. Em depoimento, ele alegou estar alcoolizado no momento e disse que o cavalo havia morrido de cansaço após percorrer quase 14 quilômetros em um terreno íngreme.
A versão, no entanto, não diminui a gravidade dos fatos. A Polícia Civil já prepara a conclusão do inquérito, que será encaminhado ao Ministério Público, responsável por decidir se apresentará denúncia formal contra o jovem. “Pretendemos terminar esse procedimento para remeter ao Ministério Público, para que a justiça seja feita o mais rápido possível”, declarou o delegado.
O caso segue como símbolo de mobilização nacional, evidenciando a urgência de punições mais severas para crimes de crueldade contra animais e reforçando a necessidade de políticas públicas de proteção.