[Descanse em paz Beatriz] Estudante de Medicina M0rre Após Infarto Após Ela Fazer Se…Ver mais

A morte precoce da estudante de medicina Beatriz Vidal Scabelo, de 18 anos, chamou a atenção para um problema crescente entre os jovens: os infartos e paradas cardíacas.

A jovem sofreu uma parada cardíaca em um hospital particular de Matão (SP) e não resistiu, gerando comoção entre amigos e familiares.

Embora doenças cardiovasculares sejam mais comuns em pessoas acima dos 50 anos, os casos de infarto entre jovens têm aumentado consideravelmente nos últimos anos, levantando preocupações entre especialistas da área da saúde.

Infartos em jovens: um problema cada vez mais frequente

No Brasil, os ataques cardíacos e AVCs são as principais causas de morte antes dos 60 anos. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2019, houve um aumento de 59% nos casos de infarto em pessoas com menos de 40 anos.

Uma pesquisa da Universidade de Harvard (EUA), publicada em 2019, mostrou que o número de infartos nessa faixa etária cresce cerca de 2% ao ano. Além disso, entre 2000 e 2016, cerca de 20% dos sobreviventes de infarto tinham menos de 40 anos.

Os especialistas apontam que, além da predisposição genética, o estilo de vida moderno é um dos principais responsáveis por esse aumento. Entre os fatores de risco mais preocupantes estão:

• Obesidade: Dados do Ministério da Saúde indicam que 20% da população brasileira é obesa e o índice quase dobrou entre 18 e 44 anos na última década.
• Tabagismo: Enquanto o número geral de fumantes caiu 36%, os jovens entre 18 e 24 anos foram um dos poucos grupos que apresentaram crescimento no consumo de cigarros.
• Uso de drogas: A cocaína e suas variações sintéticas têm sido apontadas como um fator relevante. Segundo o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, a droga está relacionada a 25% dos infartos agudos em pessoas entre 18 e 45 anos, sendo que o risco de infarto nas primeiras 60 minutos após o consumo é 20 vezes maior.

Infarto em jovens é mais perigoso?

O infarto acontece quando o fluxo sanguíneo para o coração é interrompido, geralmente por causa do acúmulo de placas de gordura nas artérias. Esse bloqueio pode causar danos irreversíveis ao músculo cardíaco e, muitas vezes, levar à morte súbita.

O cardiologista Edmo Atique Gabriel, especialista na área, explica que a grande diferença do infarto em jovens é que ele costuma ser fulminante, com pouco tempo para reação ou tratamento.

Já em idosos, o organismo tende a desenvolver uma circulação colateral, ou seja, novos vasos sanguíneos que ajudam a manter a irrigação do coração em caso de obstrução. Isso pode dar mais chances de sobrevivência para aqueles que já passaram por infartos anteriores ou têm doenças cardiovasculares.

Como evitar o infarto precoce?

Apesar do risco crescente, algumas medidas simples podem ajudar a reduzir as chances de infarto em jovens e adultos. Os especialistas recomendam:

• Alimentação saudável e controle do peso para evitar o acúmulo de gordura nas artérias.
• Abandonar o cigarro e evitar o uso de drogas, que aumentam significativamente o risco de ataques cardíacos.
• Praticar atividades físicas regularmente para manter o coração forte e saudável.
• Fazer exames cardiológicos periódicos, principalmente para quem tem histórico de problemas cardíacos na família.

O caso de Beatriz Vidal Scabelo é mais um alerta de que problemas cardíacos não escolhem idade. A prevenção e o cuidado com a saúde são essenciais para evitar que tragédias como essa se tornem ainda mais comuns entre os jovens.