[ Descanse em paz Roberta ] Mulher de 38 Anos M0rre Após Receber Anestesia Geral Para Tirar Sua…Ver mais
Roberta Correa, fotógrafa de 38 anos, procurou uma clínica de estética em Cosmópolis (SP) na última segunda-feira (9) para realizar um procedimento chamado endolaser, técnica que utiliza laser para reduzir gordura localizada e combater a flacidez.
Entretanto, antes mesmo de o procedimento começar, Roberta teria apresentado um mal-estar logo após a aplicação do anestésico. A biomédica responsável pelo atendimento afirmou que o socorro foi acionado imediatamente após a paciente relatar sintomas, mas, ao chegar à Santa Casa da cidade, Roberta já apresentava sinais críticos.
De acordo com o médico Marcos Vinícius, diretor clínico da Santa Casa de Cosmópolis, Roberta chegou ao hospital com vários “sinais de alerta”, incluindo queda de pressão arterial, alteração no nível de consciência e frequência cardíaca irregular.
Pouco depois de dar entrada, a paciente sofreu uma parada cardiorrespiratória que durou 27 minutos. Apesar dos esforços da equipe médica para reanimá-la, o tempo prolongado da parada agravou o quadro.
Após a estabilização inicial, Roberta foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde recebeu cuidados pós-parada cardíaca. Na sexta-feira (13), foi constatada a morte cerebral da paciente, fato que foi comunicado à família, que já havia sido previamente alertada sobre o alto risco de danos neurológicos irreversíveis.
Clínica sob investigação e irregularidades constatadas
A tragédia levou a Vigilância Sanitária de Cosmópolis a inspecionar o local onde o procedimento foi realizado. Em nota divulgada, a prefeitura informou que a sala da clínica utilizada no atendimento de Roberta foi lacrada devido à ausência de autorização e liberação sanitária para a realização de procedimentos estéticos.
Vale destacar que o imóvel em questão é dividido em salas alugadas para diferentes profissionais, sendo cada uma responsável de forma autônoma pelos serviços prestados. Por isso, apenas o espaço específico onde Roberta foi atendida foi interditado.
O caso também chamou a atenção para a falta de regulamentação adequada no setor. Apesar do rápido socorro prestado e da ação da Vigilância Sanitária, a ausência de licença sanitária e a realização de procedimentos invasivos em locais sem estrutura apropriada expõem os riscos aos quais pacientes estão sujeitos em clínicas de estética.
Defesa da biomédica e abertura de sindicância pelo Conselho Regional de Biomedicina
Vanuza Aguilar Takata, a biomédica responsável pelo atendimento na clínica, declarou que Roberta começou a passar mal logo após a aplicação do anestésico, que, segundo ela, foi administrado por outra profissional habilitada.
Em sua defesa, Vanuza afirmou que o procedimento estético sequer havia começado e que o socorro foi prestado imediatamente. O advogado da biomédica, João Sangion, reforçou que Vanuza se colocou à disposição para colaborar com todas as investigações e esclarecimentos solicitados pelas autoridades.
O Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região (CRBM1) anunciou a abertura de uma sindicância interna para investigar possíveis infrações cometidas pela profissional. Apesar de não haver registros prévios de irregularidades contra Vanuza, o conselho informou que está acompanhando o caso em paralelo às investigações conduzidas pelas autoridades locais.
A tragédia, além de causar comoção, evidencia a necessidade de maior fiscalização e regulamentação no setor de estética, especialmente em procedimentos invasivos. A morte de Roberta Correa levanta debates sobre os riscos à saúde em locais que operam fora dos padrões sanitários e reforça a urgência de políticas públicas que protejam os pacientes de episódios semelhantes.