Brasil, 2025 – A morte de um bebê de apenas um ano e dez meses em Recife (PE) gerou grande comoção e revolta. A família de João Miguel Alves da Silva denuncia a equipe médica do Hospital Geral Materno Infantil (HGMI), administrado pela Unimed, após o menino falecer poucas horas depois de passar por um procedimento na unidade. O caso foi registrado como suspeita de erro médico e já está sob investigação.
João Miguel foi levado ao hospital após apresentar crises de vômito. Exames apontaram um quadro de pneumonia, e o menino foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
De acordo com familiares, ele passou por um acesso venoso central, procedimento realizado pela cirurgiã Ila Fernandes. O pai da criança, que trabalha como maqueiro no próprio hospital, chegou a questionar a necessidade da intervenção fora do bloco cirúrgico, mas a médica manteve a decisão.
Após o procedimento, a avó do bebê foi a primeira a vê-lo e relatou que o neto apresentava grande dificuldade para respirar. Pouco depois, outra médica informou à família que seria necessário realizar a intubação e investigar as causas do problema.
Diagnóstico de pneumotórax e tentativa de reversão
Cerca de seis horas após o acesso venoso, a família recebeu a notícia de que João Miguel tinha sofrido perfurações nos dois pulmões, o que resultou em pneumotórax – condição grave caracterizada pelo acúmulo de ar entre o pulmão e a parede torácica, que dificulta a respiração.
A mesma cirurgiã responsável pelo primeiro procedimento realizou uma nova cirurgia para tentar reverter o quadro. Apesar dos esforços, o bebê não resistiu e morreu horas depois.
A notícia abalou profundamente os familiares, especialmente os pais. “Era o meu primeiro e único filho. O que aconteceu destruiu a minha família. Estou vivendo à base de remédios”, disse, em lágrimas, Thais Paulino da Silva, mãe da criança.
Investigação e busca por justiça
A família registrou boletim de ocorrência e contratou um advogado para acompanhar o caso, que está sendo investigado pela Polícia Civil. O objetivo é apurar se houve negligência ou falha médica durante o procedimento. Parentes classificam a morte como inaceitável e exigem responsabilização.
Em nota, o Hospital Geral Materno Infantil, sob gestão da Unimed, declarou que segue protocolos rigorosos de atendimento e que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações. A instituição reforçou que lamenta profundamente a morte do paciente.
A tragédia expõe mais uma vez a delicada relação entre erros médicos, protocolos hospitalares e a dor irreparável de famílias que perdem entes queridos em situações que poderiam ter outro desfecho. Em Recife, o caso de João Miguel tornou-se símbolo de luta por respostas e pela importância de rigor ainda maior na condução de procedimentos em crianças.