Brasil, 2025 – O assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, enquanto trabalhava na última segunda-feira (16), segue repercutindo em Minas Gerais. O crime, cometido de forma brutal em plena atividade de coleta de lixo, levantou uma onda de comoção popular e um forte clamor por justiça. O principal suspeito é o empresário Renê Júnior, de 47 anos, preso poucas horas após o ocorrido.
O crime e a prisão do empresário
De acordo com as investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), o crime teria sido praticado com um revólver registrado em nome da esposa do suspeito, a delegada Ana Paula Balbino. A arma era de uso particular da servidora, não pertencendo à corporação. O laudo pericial confirmou a utilização da pistola no disparo que tirou a vida de Laudemir.
O empresário foi autuado por homicídio qualificado por motivo fútil e pela impossibilidade de defesa da vítima, além de ser enquadrado por ameaça contra a motorista do caminhão de coleta.
Sua prisão em flagrante foi convertida em preventiva pela Justiça na última quarta-feira (13). Atualmente, ele se encontra no Presídio de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, dividindo cela com Matteos França Campos, acusado de matar a própria mãe, a professora Soraya Tatiana Bomfim.
A busca por reparação e a luta da família
A família de Laudemir é representada pelo advogado Tiago Lenoir, que prometeu não descansar até que os responsáveis sejam punidos. Nesta quinta-feira (14), ele entrou com um pedido de bloqueio dos bens do casal Renê e Ana Paula.
A ação tem como objetivo garantir reparações financeiras aos familiares da vítima, incluindo despesas médicas, custos de funeral, pensão vitalícia calculada com base no salário de Laudemir e indenização por danos morais.
Segundo o advogado, a medida é fundamental para que os filhos e herdeiros do gari não fiquem desamparados. Ele ressaltou que a morte do trabalhador não apenas destruiu uma família, mas também representou uma perda irreparável para a comunidade.
Repercussão e próximos passos da Justiça
O caso gerou indignação não apenas pela violência em si, mas também pelo perfil das pessoas envolvidas. O fato de a arma utilizada estar registrada no nome de uma delegada da Polícia Civil ampliou o debate sobre responsabilidade e controle no uso de armas particulares por agentes públicos.
Enquanto a defesa da família busca reparação civil, o processo criminal contra Renê Júnior segue em andamento. A expectativa é de que novas audiências sejam realizadas nas próximas semanas, quando testemunhas e provas técnicas devem reforçar a acusação.
A tragédia, além de expor a vulnerabilidade de trabalhadores em atividades essenciais como a coleta de lixo, também reforça a urgência de respostas rápidas da Justiça para que a memória de Laudemir seja honrada e os culpados, devidamente responsabilizados.