A endometriose é uma condição que afeta milhões de mulheres em idade reprodutiva, causando dores intensas, alterações no ciclo menstrual e, em alguns casos, até infertilidade.
Com a crescente busca por informações nas redes sociais, uma dúvida tem chamado atenção: será que a endometriose pode surgir em mulheres que praticam sexo com frequência? A resposta exige atenção e compreensão do que realmente causa essa doença.
A prática sexual regular, por si só, não é responsável pelo surgimento da endometriose. Essa condição ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio — que deveria crescer apenas dentro do útero — começa a se desenvolver fora dele, em locais como ovários, trompas e intestinos. Essa proliferação indevida pode provocar dor pélvica intensa, cólicas severas, sangramentos irregulares e desconforto durante a relação sexual.
Frequência sexual não causa, mas sintomas podem afetar o sexo
É importante esclarecer que manter uma vida sexual ativa não aumenta o risco de desenvolver endometriose. Na verdade, muitas mulheres que têm relações frequentes e regulares podem conviver com a doença sem saber, pois os sintomas, em alguns casos, demoram a se manifestar de forma intensa. Por outro lado, a endometriose pode, sim, interferir na qualidade da vida sexual da mulher.
Isso ocorre porque o tecido da endometriose pode inflamar áreas internas que são sensíveis ao contato durante a penetração, causando dor durante o ato sexual — um sintoma conhecido como dispareunia. Muitas mulheres relatam esse desconforto, mas acabam acreditando que é algo normal, o que contribui para o atraso no diagnóstico.
Diagnóstico precoce é essencial para preservar a qualidade de vida
A endometriose não tem cura definitiva, mas há tratamentos eficazes para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pacientes. Quanto mais cedo for diagnosticada, maiores as chances de controle e de evitar complicações mais graves, como a infertilidade. Por isso, ao perceber dores intensas durante o ciclo menstrual ou na relação sexual, é fundamental procurar um ginecologista.
Além disso, é preciso desfazer o mito de que mulheres que mantêm relações sexuais com frequência estão mais propensas à doença. Essa ideia, sem base científica, pode causar desinformação e atrasar o acesso ao tratamento. A endometriose não escolhe classe social, frequência de atividade sexual ou estilo de vida — ela pode atingir qualquer mulher, e o principal aliado no combate à doença é o conhecimento.