Funcionários da companhia aérea easyJet viveram uma situação considerada incomum e difícil de explicar na última quinta-feira (18/12), no Aeroporto de Málaga, na Espanha. Uma família britânica tentou embarcar em um voo levando o cadáver de uma idosa de 89 anos, fato que mobilizou a tripulação, autoridades aeroportuárias e a polícia local, além de provocar um atraso de aproximadamente 12 horas na operação do voo.
De acordo com informações divulgadas pelo portal Euronews, o grupo era formado por cinco pessoas da mesma família, que estavam em viagem turística pela cidade espanhola e tentavam retornar ao Reino Unido. A idosa, no entanto, já estava morta no momento em que o embarque foi realizado, o que só foi constatado após a aeronave já estar preparada para decolagem.
Idosa foi levada em cadeira de rodas e família tentou disfarçar situação
Segundo relatos de testemunhas, a idosa foi conduzida até o avião em uma cadeira de rodas, como se estivesse debilitada, mas viva. Durante o processo de embarque, familiares afirmaram a passageiros e funcionários que ela estava apenas “dormindo” ou “não se sentindo bem”. Ainda de acordo com esses relatos, alguns membros do grupo chegaram a se apresentar como médicos, o que teria ajudado a reduzir suspeitas naquele momento.
A mulher chegou a ser acomodada na parte traseira da aeronave, e o avião iniciou os procedimentos normais para a decolagem. No entanto, membros da tripulação passaram a estranhar a ausência de qualquer reação ou sinal vital da idosa. Diante da situação, a cabine foi acionada, e o comandante decidiu retornar ao terminal antes da decolagem.
Testemunhas afirmaram que, ainda antes de entrar no avião, a mulher já apresentava sinais claros de inconsciência, chegando a ficar caída em alguns momentos. Esses relatos geraram críticas à equipe de solo do aeroporto, acusada por passageiros de não ter percebido a gravidade da situação antes que o caso chegasse ao interior da aeronave.
Voo atrasou 12 horas e polícia foi acionada no aeroporto
Após o retorno da aeronave ao terminal, autoridades aeroportuárias e policiais espanhóis foram acionados para averiguar o ocorrido. O voo acabou sofrendo um atraso de cerca de 12 horas, gerando transtornos para dezenas de passageiros que aguardavam explicações sobre o motivo da interrupção.
Apesar da gravidade e do caráter incomum do episódio, nenhuma prisão foi efetuada até o momento. A polícia espanhola informou que o caso foi registrado e investigado, mas não houve detenção imediata dos familiares. O corpo da idosa foi retirado da aeronave e encaminhado para os procedimentos legais previstos na legislação espanhola.
O episódio rapidamente se espalhou entre os passageiros, que relataram o ocorrido nas redes sociais e à imprensa. Muitos criticaram duramente os protocolos de embarque e questionaram como uma pessoa sem sinais vitais conseguiu passar por etapas de segurança, controle e acesso à aeronave sem que a situação fosse identificada antes.
easyJet se manifesta e caso gera debate internacional
Após a repercussão, a easyJet divulgou uma nota oficial afirmando que, segundo os procedimentos adotados no momento, a idosa estava viva quando passou pelo processo de embarque. A companhia destacou que a tripulação agiu corretamente ao identificar a ausência de sinais vitais dentro da aeronave e interromper o voo antes da decolagem.
O caso gerou amplo debate e diversas especulações. Uma das hipóteses levantadas por especialistas e comentaristas internacionais é que a família teria tentado transportar o corpo de forma irregular para evitar os altos custos do traslado internacional de um cadáver, que podem chegar a milhares de euros, dependendo do país e dos trâmites exigidos.
O episódio também reacendeu discussões sobre a necessidade de protocolos mais rigorosos em aeroportos, especialmente em casos envolvendo passageiros em cadeiras de rodas ou com mobilidade reduzida. Para autoridades e companhias aéreas, o desafio agora é evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer.
Enquanto isso, o caso segue sendo analisado pelas autoridades espanholas e continua gerando perplexidade entre passageiros, funcionários do setor aéreo e a opinião pública internacional, pela complexidade, sensibilidade e impacto do ocorrido.