Um caso inusitado e ao mesmo tempo comovente foi registrado na cidade de Porto Murtinho (MS), deixando a população em choque. Um homem é suspeito de violar o túmulo do próprio pai para recuperar uma quantia de R$ 50, que havia sido colocada dentro do caixão durante o velório. A história, que mais parece um roteiro de filme, chama atenção não apenas pelo ato em si, mas pelo contexto de dependência química e desespero que envolve o caso.
Tudo começou quando um familiar do falecido procurou a Polícia Militar para denunciar que o túmulo havia sido violado. O denunciante informou que, ao visitar o cemitério, percebeu que o jazigo do pai estava remexido e que havia indícios claros de que alguém havia aberto o caixão. Diante da gravidade da situação, um sargento da PM foi até o local e, após constatar o fato, iniciou uma investigação para identificar o autor da violação.
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Segundo o relato feito à polícia, o principal suspeito era o próprio filho do falecido, que é usuário de drogas e já havia apresentado comportamento instável desde o falecimento do pai. O familiar contou que, durante o velório, o homem presenciou o momento em que R$ 50 foram colocados dentro do caixão como uma forma simbólica de despedida, um gesto comum em algumas famílias que acreditam em tradições espirituais ou promessas feitas em vida.
Acredita-se que, movido pelo vício e pelo desespero em conseguir dinheiro para sustentar o uso de entorpecentes, o homem tenha voltado ao cemitério na mesma noite do sepultamento, ocorrido no último sábado (4), e aberto o túmulo em busca da quantia.
A confissão emocionada
Após receber as informações, os policiais foram até a residência do suspeito. No primeiro momento, ele negou qualquer envolvimento, afirmando não saber do que se tratava. Entretanto, ao ser informado de que poderia responder criminalmente pelo ato, o homem começou a chorar e acabou confessando que havia realmente violado o túmulo do próprio pai.
De acordo com o depoimento, ele afirmou estar sob efeito de drogas no momento da ação e disse ter sentido remorso e vergonha logo após o ocorrido. A confissão emocionada chamou a atenção dos agentes, que decidiram encaminhar o caso às autoridades competentes para as devidas providências legais.
O caso foi registrado como violação de sepultura, crime previsto no artigo 210 do Código Penal Brasileiro, que prevê pena de um a três anos de reclusão e multa. A polícia ainda apura se o homem agiu sozinho ou se recebeu ajuda para retirar o corpo e acessar o interior do caixão.
Repercussão e reflexão
A história rapidamente se espalhou pela cidade e gerou forte repercussão nas redes sociais, onde muitos internautas expressaram espanto e indignação. Para outros, o episódio serve como um triste retrato do quanto o vício em drogas pode destruir famílias e valores morais, levando uma pessoa ao ponto de profanar o túmulo do próprio pai.
O caso de Porto Murtinho reforça o impacto devastador da dependência química e mostra que, em meio à tragédia, existe também um alerta social: a necessidade urgente de apoio psicológico e políticas públicas eficazes para prevenção e tratamento de dependentes.