Nos últimos anos de vida, Francisco Cuoco enfrentou um processo silencioso de fragilidade e dependência. Longe dos holofotes, o ator veterano passou a viver com sua irmã, Grácia, em um apartamento na zona sul de São Paulo.
Foi ela quem assumiu os cuidados diários quando ele já não conseguia mais lidar sozinho com as limitações físicas impostas pela idade e pelos problemas de saúde que se agravaram com o tempo.
Cuoco chegou a pesar cerca de 130 quilos, o que comprometia seriamente sua mobilidade. Suas pernas estavam constantemente inchadas, os pés arroxeados e os passos se tornaram impossíveis sem ajuda.
Era acompanhado por ela e cuidadores
Acompanhado por cuidadores contratados, ele precisava de auxílio para ações simples como tomar banho ou se levantar da cama. Diante desse cenário, Grácia se tornou sua principal referência e companhia — esteve presente até os últimos instantes, coordenando a internação, os cuidados médicos e até mesmo a despedida silenciosa.
O convívio entre Francisco e sua irmã era pautado por afeto e confiança. Grácia não apenas ajudava em tarefas cotidianas, mas também era o elo que mantinha o ator em paz consigo mesmo, mesmo nos dias mais difíceis.
Foi ela quem acompanhou a gravação do especial Tributo, exibido pelo Globoplay semanas antes da morte de Cuoco, onde ele ainda apareceu sorridente, mesmo debilitado.
Quando o ator foi internado no Hospital Albert Einstein e acabou sendo sedado, Grácia permaneceu firme. A equipe médica, que tentou reanimá-lo nos últimos momentos, reconheceu o esforço da família em proporcionar a ele dignidade até o fim.
A irmã também foi responsável por organizar o velório íntimo, reservado apenas a amigos e parentes próximos.
A história de Francisco Cuoco não foi apenas marcada por aplausos e sucesso nas novelas. Nos bastidores da fama, houve também silêncio, fragilidade e uma relação familiar que sustentou seus últimos anos.
Foi nos cuidados da irmã que o ator encontrou seu último lar — e na simplicidade desse gesto, talvez, a maior prova de amor.