A morte de Francisco Cuoco, aos 91 anos, continua cercada de comoção e curiosidade. O ator, conhecido por suas atuações marcantes em novelas clássicas da TV Globo, faleceu no Hospital Albert Einstein após 20 dias internado.
Sedado durante boa parte do tempo e com o corpo enfraquecido pela idade e por complicações de saúde, Cuoco não resistiu à falência múltipla dos órgãos. Mas um detalhe nos bastidores chamou a atenção: a possibilidade de doação de órgãos foi considerada pela equipe médica.
Segundo fontes próximas à família, um dos órgãos cogitados foi o fígado, que poderia, em teoria, ser analisado para transplante. No entanto, os médicos explicaram que, apesar da vontade de ajudar outras vidas, nem sempre o processo é viável.
A decisão depende de vários fatores: estado geral do corpo, idade do paciente, causa da morte, tempo de parada dos órgãos e até questões legais e familiares.
Quando a doação de órgãos não é possível, mesmo com boa intenção
No caso de Francisco Cuoco, o quadro clínico inviabilizou qualquer tentativa de doação. Aos 91 anos, com sinais avançados de comprometimento sistêmico, o ator já apresentava falência progressiva dos órgãos antes mesmo do óbito.
Além disso, o tempo entre a morte e a possível retirada dos órgãos também é decisivo para a preservação e a utilidade para transplante.
Outro ponto importante é a autorização familiar. Mesmo quando existe desejo prévio ou consideração médica, os familiares têm a palavra final. A irmã de Cuoco, Grácia, optou por manter o processo natural e preservar o corpo para a despedida íntima da família.
Ainda assim, a conversa sobre doação de órgãos ganha força com casos como este. Francisco Cuoco, mesmo sem ter doado efetivamente, ajuda a reacender a importância do tema: doar é um gesto de amor, mas que exige condições clínicas específicas, nem sempre presentes no momento da morte.
Sua partida deixa um legado de arte, elegância e humanidade — e, mesmo que seus órgãos não tenham sido doados, sua história continua inspirando o cuidado com o próximo.