Brasil, 2025 – Um caso de violência doméstica envolvendo uma criança de apenas 2 anos chocou moradores de Belo Horizonte e levantou discussões sobre proteção infantil e o papel das autoridades na prevenção de abusos.
A mãe da menina, de 22 anos, foi presa em flagrante após ser filmada agredindo a filha dentro de casa, no bairro Lindéia. As imagens, registradas por câmeras escondidas instaladas pelo pai, de 38 anos, revelaram uma cena brutal que deixou a comunidade em estado de indignação.
Pai instala câmera e descobre cenas de agressão contra filha
O flagrante ocorreu no domingo (31/08), quando o pai, desconfiado de maus-tratos, decidiu instalar câmeras no quarto da filha. Ele já havia levado denúncias ao Conselho Tutelar anteriormente, após uma lesão inexplicada no fêmur da criança no ano passado, mas a falta de provas impediu qualquer medida.
Desta vez, ao ouvir o choro desesperado da menina, o homem correu até o quarto e flagrou a ex-companheira sufocando, chutando e desferindo socos contra a filha. Imediatamente, acionou a polícia, que prendeu a mulher em flagrante.
Prisão preventiva e acusações de tortura
Após audiência de custódia, a Justiça decretou a prisão preventiva da jovem. Em depoimento, ela tentou justificar as agressões alegando estar sobrecarregada e apontou que o ex-companheiro não ajudava nas tarefas de casa, apenas colaborando mediante chantagens.
Apesar das alegações, o delegado responsável pelo caso, Rodolfo Rabelo, afirmou que as agressões extrapolam qualquer justificativa, podendo se configurar como crime de tortura. “Ela colocou o rosto da filha contra a cama, é como afogar uma pessoa. Houve sofrimento físico e psicológico intenso”, destacou o delegado.
Delegacia especializada acompanha o caso e pede proteção à criança
O processo está sendo acompanhado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, que já solicitou medidas protetivas em favor da menina. A criança, assim como o irmão mais velho, será acompanhada por equipes de assistência social e psicólogos para garantir sua recuperação física e emocional.
O caso reforça a importância de denúncias anônimas e da atuação rápida das autoridades, já que sinais anteriores de violência não haviam sido comprovados.
O episódio repercutiu intensamente em Belo Horizonte, com moradores expressando indignação e cobrando mais rigor na fiscalização de casos semelhantes. A prisão da mãe abre espaço para um debate mais amplo sobre os limites da sobrecarga doméstica e a necessidade de políticas públicas que apoiem famílias em vulnerabilidade, sem deixar de lado a proteção integral das crianças.