A história de Juliana Marins, jovem brasileira de vinte e seis anos que morreu após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, paralisou o Brasil na última semana.
Além do impacto da tragédia, um detalhe comovente veio à tona nos últimos dias: Juliana deixou uma carta emocionante para a família, escrita ainda no início de sua viagem de mochilão.
A mãe da jovem, Estela, falou pela primeira vez sobre o conteúdo das últimas mensagens em entrevista ao programa Fantástico, exibida no domingo, dia vinte e nove.
Durante a reportagem, ela mostrou a carta que a filha escreveu antes de partir para o Sudeste Asiático, onde planejava explorar novas culturas e viver experiências sozinha.
Na mensagem, Juliana deixava claro seu amor e gratidão pelos pais e pela irmã. “Mami, eu te amo tanto. Fiquei com o coração partido quando a gente se despediu.
Na verdade, essa é a única coisa que me preocupa: deixar você, papi ou minha irmã desapontados. De resto, eu não tenho medo de muita coisa não. Muito menos de perrengue. Eu sou sua filha e isso já faz de mim uma pessoa forte e desenrolada”, dizia o início do texto.
Palavras de gratidão e críticas sobre falta de comunicação oficial
A carta prosseguia com declarações que emocionaram a todos que acompanharam a entrevista. Juliana ressaltou que foi criada por uma mãe corajosa e determinada, características que herdou.
“Eu fui criada por uma mulher que consegue resolver qualquer problema e que não tem medo de se jogar e ir atrás do que sonha. Eu sou assim também. Tenho vontades e sonhos diferentes. Eu amo muito vocês e serei sempre grata por todo apoio, cuidado e carinho. Isso que faz eu não ter medo. Obrigada por tudo, te amo”, finalizou.
Enquanto o país se comovia com essas palavras, a família relatou indignação com a forma como soube dos detalhes oficiais da morte. Em entrevista ao jornal O Globo, Mariana Marins, irmã de Juliana, revelou que as autoridades indonésias não entraram em contato com a família antes de divulgar o laudo da autópsia para a imprensa.
“Ficamos sabendo pelas redes sociais que tinham divulgado tudo. Ninguém nos ligou antes, ninguém explicou nada”, criticou Mariana, que afirmou que a falta de comunicação agravou ainda mais o sofrimento.
O laudo divulgado na sexta-feira, dia vinte e sete, confirmou que Juliana morreu em consequência de ferimentos internos graves provocados pela queda. O corpo foi localizado quatro dias depois do acidente, em uma região de acesso muito difícil.
Neste momento, parte da família permanece na Indonésia acompanhando os trâmites finais, enquanto outra parte está no Brasil, organizando o translado e o velório. Entre a dor e a saudade, o que fica são as últimas palavras de Juliana: um recado de amor que agora se tornou um testamento da sua força e da sua gratidão.