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Em Hardh, uma região situada no noroeste do Iêmen, próximo à fronteira saudita, uma ocorrência chocante veio à tona, lançando uma luz sombria sobre a prática arraigada e perniciosa do casamento infantil na região.

Uma menina, meramente com oito anos de idade, perdeu a vida devido a lesões internas infligidas na sua noite de núpcias, um evento que deveria marcar o início de uma nova fase da vida, mas que, para ela, tornou-se o seu trágico fim. O esposo, quarenta anos seu sênior, está no centro das exigências de grupos de direitos humanos por justiça e responsabilização, conforme reportado pelo diário libanês An-Nahar.

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Este não é um caso isolado, mas sim uma representação grave de uma prática disseminada no Iêmen e além, afetando vastas regiões do Oriente Médio e do Sul da Ásia. Aí, o casamento infantil não só é comum como, em muitos casos, uma expectativa cultural, onde cerca de metade das meninas são unidas em matrimônio antes de alcançarem a idade adulta. Diversas organizações não-governamentais têm dedicado anos tentando trazer essa questão para o debate público internacional, na esperança de erradicar o casamento infantil e suas consequências devastadoras.

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De acordo com estatísticas do Fundo Populacional das Nações Unidas, estima-se que, entre 2011 e 2020, mais de 140 milhões de meninas serão forçadas ao casamento antes dos 18 anos, com um número alarmante dessas meninas tendo menos de 15 anos. Especificamente no Iêmen, uma em cada quatro meninas é casada antes dos 15 anos, segundo o relatório.

Um relato comovente compartilhado pelo Unicef conta a história de Laila, uma jovem de 13 anos que se deparou com o destino de casar-se com um homem muito mais velho. Sua história é um grito de guerra contra os casamentos forçados, ilustrando a ameaça direta à segurança, à saúde e ao bem-estar das jovens envolvidas.

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O Centro Internacional de Pesquisa de Mulheres destaca as severas consequências do casamento infantil, apontando que meninas casadas antes dos 15 anos têm uma chance significativamente maior de morrer no parto em comparação com mulheres mais velhas, além de serem mais suscetíveis à violência doméstica e à pobreza.

A tentativa de legislar a idade mínima para o casamento no Iêmen como sendo 17 anos encontrou forte oposição e foi finalmente rejeitada por membros conservadores do legislativo em 2009, que a consideraram contrária aos princípios islâmicos. Este impasse legal sublinha as dificuldades enfrentadas na luta contra o casamento infantil, evidenciando a necessidade de um consenso internacional e ações concretas para proteger as crianças desses abusos.

O caso trágico em Hardh, e a luta contínua de muitos para acabar com o casamento infantil, reforça a urgência de um movimento global para assegurar que os direitos das crianças sejam protegidos, para que possam viver vidas livres de violência e coerção, com a oportunidade de realizar seu pleno potencial.

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