Tainara Souza Santos, de 31 anos, morreu na noite desta quarta-feira (24), após quase um mês internada em decorrência do atropelamento brutal ocorrido na Marginal Tietê, em São Paulo. Antes de falecer, médicos tentaram retirar outra parte do corpo da jovem para viabilizar a reconstrução dos glúteos, procedimento considerado necessário diante da gravidade das lesões. Apesar das tentativas da equipe médica, ela não resistiu às complicações.
A jovem estava internada no Hospital das Clínicas, na capital paulista. A morte foi confirmada pela família e pela advogada que acompanha o caso desde o crime. O autor, Douglas Alves da Silva, de 26 anos, está preso desde o dia 30 de novembro. O caso, inicialmente tratado como tentativa de feminicídio, deve ser reclassificado após o falecimento da vítima.
Tentativa extrema de reconstrução e piora do quadro clínico
Na segunda-feira (22), Tainara Souza Santos passou por uma nova cirurgia considerada delicada e de alto risco. Segundo familiares, os médicos tentaram retirar tecido de outra parte do corpo da jovem para possibilitar a reconstrução dos glúteos, uma vez que as lesões sofridas no atropelamento haviam comprometido gravemente a região.
Além dessa tentativa de reconstrução, Tainara também foi submetida a uma nova amputação em nível mais alto da coxa, a uma traqueostomia para retirada do tubo respiratório e a procedimentos de reparação. A família foi informada de que se tratava de uma medida extrema, diante da complexidade do caso e da necessidade de evitar infecções e outras complicações.
Após a cirurgia, no entanto, o estado de saúde da jovem se agravou. Por volta do horário do almoço desta quarta-feira (24), os familiares foram chamados novamente ao hospital. Desta vez, o pedido foi para que retornassem com urgência, pois o quadro era considerado irreversível.
Tainara morreu por volta das 19h, na véspera de Natal, causando forte comoção entre parentes, amigos e pessoas que acompanhavam o caso desde novembro.
Nota oficial e pedido de respeito à família
Em nota, o escritório de advocacia responsável pelo acompanhamento jurídico da família confirmou a morte e pediu respeito ao momento de luto.
“É com profunda tristeza que informamos que Tainara não resistiu aos ferimentos causados pela brutalidade praticada contra ela no dia 29 de novembro de 2025 e faleceu hoje (24/12) por volta das 19h. Pedimos que respeitem esse momento delicado da família. Em breve, divulgaremos mais informações. Que Deus conforte o coração de todos”, diz o comunicado.
Até o momento, não há informações oficiais sobre horário e local de velório e sepultamento.
Quase um mês de internação e repercussão do caso
Tainara ficou cerca de 25 dias internada. Inicialmente, foi socorrida e levada ao Hospital Municipal Vereador José Storopolli, sendo transferida posteriormente para o Hospital das Clínicas devido à gravidade do quadro. Durante a internação, passou por ao menos três cirurgias de grande porte, chegou a sair do coma induzido e foi extubada, o que gerou esperança de recuperação.
O agravamento após a última cirurgia, contudo, mudou o desfecho do caso. A jovem deixa dois filhos: um menino de 12 anos e uma menina de 7.
O crime teve grande repercussão e reacendeu o debate sobre a violência contra a mulher. A Polícia Civil deve atualizar o enquadramento jurídico do caso nos próximos dias, enquanto a família aguarda justiça pela morte de Tainara.