Brasil, 2025 – A discussão em torno da canonização de Carlo Acutis, conhecido mundialmente como “o santo da internet”, ganhou novos capítulos recentemente, após declarações polêmicas de pastores evangélicos que contestam a veneração ao jovem italiano.
Segundo líderes religiosos de diferentes denominações, o reconhecimento da Igreja Católica seria incompatível com os ensinamentos bíblicos. Alguns chegaram a afirmar que Carlo não estaria no céu, mas sim no inferno, uma fala que gerou intenso debate entre fiéis e nas redes sociais.
Declarações que geraram polêmica
O tema ganhou repercussão depois que um pastor brasileiro publicou nas redes sociais um vídeo em que critica a canonização de Carlo Acutis. Para ele, o jovem, apesar de conhecido por sua devoção à Eucaristia e pelo uso da internet para evangelizar, não pode ser considerado exemplo de santidade.
“Não é pelo fato de ser católico e fazer boas obras que alguém vai para o céu. A Bíblia ensina que só Cristo salva, e qualquer culto a pessoas mortas é idolatria”, afirmou.
Outros pastores reforçaram esse posicionamento, defendendo que a prática da canonização não tem base bíblica e que a salvação não depende de reconhecimento humano, mas unicamente da fé em Jesus. As falas ganharam grande repercussão, dividindo opiniões entre católicos e evangélicos.
O contraste entre fé católica e visão evangélica
Para a Igreja Católica, Carlo Acutis foi um jovem que viveu intensamente a fé, oferecendo seu sofrimento – ele morreu aos 15 anos vítima de leucemia – como entrega a Deus. O Vaticano o reconhece como exemplo de vida cristã e recentemente confirmou sua canonização, transformando-o em modelo para as novas gerações.
Já entre muitos pastores evangélicos, a ideia de canonização é rejeitada. Eles apontam que a Bíblia condena práticas de veneração a mortos e que não há fundamento para atribuir o título de “santo” a uma pessoa após sua morte.
Nessa perspectiva, Carlo seria apenas mais um jovem, lembrado por sua trajetória, mas sem qualquer autoridade espiritual. “Não existe santo intermediário. A Palavra de Deus é clara ao dizer que só há um mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo”, repetem alguns líderes evangélicos.
Repercussão entre fiéis e debates nas redes
As declarações acenderam discussões intensas, sobretudo nas redes sociais, onde vídeos, comentários e postagens viralizaram. Católicos defenderam a importância de Carlo como exemplo de fé juvenil e acusaram os pastores de desrespeito. Evangélicos, por outro lado, consideraram o episódio uma oportunidade para reafirmar os princípios de sua crença.
O debate também trouxe à tona a relação histórica entre católicos e evangélicos no Brasil. Apesar dos avanços no diálogo inter-religioso, episódios como este revelam as diferenças profundas de interpretação sobre temas centrais da fé.
Um debate que deve continuar
A canonização de Carlo Acutis, celebrada por católicos no mundo inteiro, deve continuar gerando reações. Para os evangélicos, o caso serve como alerta contra o que classificam como distorção bíblica. Já para os católicos, Carlo se torna inspiração para os jovens, lembrando que a fé também pode ser vivida na era digital.
Em meio às divergências, a polêmica mostra como figuras religiosas podem mobilizar paixões e levantar discussões sobre os limites entre tradição, interpretação da fé e liberdade religiosa.