Brasil, 2025 – A recente operação da Polícia Federal na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) trouxe à tona um episódio curioso que ganhou destaque, mesmo sem relevância criminal.
Durante a ação, realizada no último dia 18, os agentes encontraram um pen drive escondido no banheiro do quarto do ex-mandatário. Após análise pericial, constatou-se que o dispositivo armazenava arquivos de caráter empresarial, ligados a um aliado político de Bolsonaro.
Pen drive escondido e arquivos empresariais
Segundo o laudo da PF, o dispositivo continha documentos vinculados à Medicalfix, empresa sediada em Santa Rita do Passa Quatro (SP) e especializada em equipamentos cirúrgicos e odontológicos.
O responsável pela companhia é o dentista Mário Roberto Perussi, figura próxima da família Bolsonaro e que já foi visto ao lado do ex-presidente e de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em eventos públicos.
Grande parte do conteúdo havia sido apagada e não pôde ser recuperada. Ainda assim, permaneceram no pen drive alguns catálogos em formato PDF, incluindo descrições de brocas cirúrgicas, sistemas de fixação rígida, materiais para fechamento craniano e dispositivos voltados para a área crânio-bucomaxilofacial.
Também foi localizado um certificado de boas práticas, emitido pela Anvisa em conjunto com o Ministério da Saúde, confirmando a conformidade sanitária da empresa.
Relação política e encontros recentes
A descoberta reacendeu o interesse na proximidade entre Bolsonaro e Perussi. Em agosto do ano passado, os dois participaram de um café da manhã, registrado nas redes sociais do empresário. Na ocasião, discutiram a competitividade da indústria nacional frente à importação de maquinário estrangeiro, além de propostas de revisão da legislação tributária para incentivar a produção brasileira.
Esses encontros indicam que a relação vai além de mera amizade, envolvendo também debates sobre pautas econômicas e empresariais. Apesar disso, a presença do dispositivo na residência de Bolsonaro não foi considerada pela PF como elemento relevante para as investigações principais, que se concentram em outras frentes ligadas ao ex-presidente e ao seu filho.
Episódio sem impacto criminal
De acordo com a Polícia Federal, o material encontrado no pen drive não apresentava indícios de irregularidades e, por isso, não foi incluído no relatório final que culminou no indiciamento de Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro em outras investigações.
Ainda que o episódio tenha gerado curiosidade pela forma como o dispositivo foi escondido, sua importância foi classificada como secundária. Assim, a atenção segue voltada às apurações de maior peso, enquanto o caso do pen drive entra para a lista de detalhes pitorescos surgidos ao longo da trajetória política do ex-presidente.