A tragédia que tirou a vida de Erivalda do Amaral Silva, de 30 anos, abalou a comunidade rural de São Bento do Una, no Agreste de Pernambuco. O crime aconteceu na tarde da sexta-feira (20), quando a vítima retornava para casa e se deparou com o ex-companheiro.
Segundo testemunhas, o homem aguardava escondido e, ao vê-la se aproximar, sacou uma arma e efetuou vários disparos à queima-roupa. Mesmo gravemente ferida, Erivalda foi socorrida por vizinhos e levada rapidamente a um hospital local. No entanto, diante da gravidade dos ferimentos, precisou ser transferida para o Hospital da Restauração, no Recife.
Ela chegou à unidade em estado crítico e ficou internada por algumas horas, mas não resistiu e faleceu na madrugada do sábado (21).
A Polícia Civil identificou o autor do crime como Arnaldo Antônio da Silva Júnior, ex-companheiro da vítima. Após os disparos, ele fugiu do local e até o momento não foi localizado. O caso está sendo investigado pela 4ª Delegacia do Espinheiro como feminicídio — crime previsto em lei quando há motivação baseada em gênero.
Feminicídio reacende alerta sobre proteção e canais de acolhimento
O corpo de Erivalda foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, no centro do Recife. Lá, será submetido a exames que podem ajudar nas investigações. Familiares e amigos lamentam a perda e cobram justiça.
A história de Erivalda é mais uma entre tantas mulheres vítimas da violência doméstica e de relacionamentos abusivos. A recorrência de feminicídios no Brasil reforça a necessidade de ampliar os mecanismos de proteção, especialmente nas áreas rurais, onde o acesso à informação e ao acolhimento especializado costuma ser mais limitado.
No Recife, mulheres em situação de risco podem procurar atendimento gratuito em locais como o Centro de Referência Clarice Lispector, que funciona 24 horas na Rua Doutor Silva Ferreira, 122, em Santo Amaro.
Também há o Serviço Especializado e Regionalizado (SER), na Avenida Recife, 700, em Areias, aberto todos os dias das 7h às 19h.
Além disso, cinco unidades do Compaz oferecem as Salas da Mulher, e existe ainda o Plantão WhatsApp (81) 99488-6138, que funciona 24 horas para orientações e escuta. A morte de Erivalda deve servir como um chamado à sociedade: o silêncio, nesses casos, pode ser fatal.