A prefeita da cidade de San Mateo Piñas, no sul do México, Lilia Gema García Soto, foi brutalmente assassinada no último domingo (15), após homens armados invadirem a sede do governo municipal e abrirem fogo contra ela. Eleita em 2022, Lilia Gema exercia o cargo em meio a um cenário político marcado por tensão e violência.
Ataque planejado dentro do palácio municipal
De acordo com informações da polícia estadual de Oaxaca, quatro criminosos chegaram ao local em duas motocicletas, intimidaram os seguranças e conseguiram entrar no gabinete da prefeita.
Uma vez no interior do prédio, eles dispararam contra Lilia García e outros presentes. Elí García, representante da comunidade de Agua Caliente, também foi morto no ataque, e dois policiais municipais ficaram feridos.
O ataque foi descrito pelas autoridades como uma ação direta, rápida e violenta. Após o crime, os agressores fugiram usando as mesmas motocicletas. O governador de Oaxaca, Salomón Jara, repudiou o atentado e afirmou nas redes sociais que não pode haver impunidade para o ocorrido.
Crescimento da violência política no país
Nos últimos anos, o México tem testemunhado uma escalada de ataques contra figuras públicas, especialmente em regiões marcadas por conflitos com o crime organizado. Prefeitos, vereadores e outros líderes comunitários frequentemente se tornam alvos de grupos armados, seja por disputas de poder local ou por não cederem a pressões criminosas.
A violência não se limita a regiões remotas. Na própria capital, a Cidade do México, dois colaboradores da prefeita Clara Brugada foram assassinados em plena via pública no mês passado. Esses episódios refletem o clima de insegurança que ronda a política mexicana.
Crise de segurança desafia o governo
Desde 2006, quando o governo federal lançou uma ofensiva contra o narcotráfico com apoio das Forças Armadas, o país acumula mais de 450 mil homicídios. O que era para ser uma medida de contenção se transformou em um ciclo de violência ainda mais intenso.
O assassinato de Lilia García acende mais um alerta sobre a vulnerabilidade dos agentes públicos e o grau de impunidade em muitos desses casos. A expectativa agora é por uma resposta rápida das autoridades locais e federais para identificar os responsáveis e esclarecer a motivação do crime.