A demência é uma condição que vai muito além do esquecimento comum da idade. Trata-se de um conjunto de sintomas que afetam a memória, o raciocínio, o comportamento e a capacidade de realizar atividades cotidianas. Muitas vezes, os sinais iniciais passam despercebidos — tanto pela própria pessoa quanto pela família — o que atrasa o diagnóstico e o tratamento adequado.
Um dos primeiros sinais de alerta é o esquecimento frequente de informações recentes. A pessoa pode esquecer compromissos, repetir perguntas várias vezes ou perder objetos em locais incomuns. Diferente do esquecimento comum, esse tipo de lapsos de memória afeta o dia a dia e causa confusão.
Além disso, é comum que a pessoa comece a ter dificuldade para encontrar palavras simples, trocando termos conhecidos ou interrompendo frases por não conseguir lembrar o que queria dizer. Essa limitação da linguagem é um dos sintomas que mais evoluem com o tempo.

Alterações no comportamento e no humor
Outro aspecto frequentemente ignorado está nas mudanças de comportamento. Pessoas que antes eram calmas podem se tornar irritadas, ansiosas ou apáticas. Também é comum que percam o interesse por atividades que antes davam prazer, como passeios, conversas ou hobbies.
Essas alterações acontecem porque a demência afeta as áreas do cérebro responsáveis pelas emoções e pelo controle social. Muitas famílias interpretam essas mudanças como “frescura” ou “depressão passageira”, quando, na verdade, podem ser sinais claros da doença em estágio inicial.
Dificuldades no raciocínio e na orientação
Com o avanço da condição, surgem problemas de raciocínio lógico, como dificuldade para lidar com números, pagar contas, seguir receitas ou compreender instruções simples.
Também é comum a desorientação no tempo e no espaço — a pessoa esquece onde está, o dia da semana ou até como voltar para casa.
Em alguns casos, há ainda uma perda de noção de julgamento, levando o paciente a tomar decisões arriscadas ou incoerentes, como gastar grandes quantias de dinheiro ou confiar em estranhos.

Quando procurar ajuda médica
Identificar esses sinais precocemente é fundamental. Quanto antes o diagnóstico for feito, maiores as chances de controlar os sintomas e preservar a qualidade de vida. A avaliação médica inclui exames neurológicos e cognitivos, além de análises laboratoriais que ajudam a descartar outras causas.
Embora a demência não tenha cura, há tratamentos que retardam sua progressão e promovem bem-estar. O apoio da família, o acompanhamento psicológico e a estimulação cognitiva também são partes essenciais do cuidado.