A motorista Eledias Aparecida Rodrigues, de 43 anos, que conduzia o caminhão de coleta de lixo no momento do assassinato do gari Laudemir Fernandes, contou à polícia que foi ameaçada pouco antes do crime pelo empresário Renê da Silva Nogueira Júnior. O episódio ocorreu na Rua Modestina de Souza, durante a rotina de coleta de resíduos.
Conforme o boletim de ocorrência, o caminhão estava parado para que a equipe realizasse o trabalho, quando um carro cinza, modelo SUV da marca BYD, se aproximou no sentido contrário. De dentro da cabine, Eledias afirmou ao condutor que havia espaço suficiente para ele passar, mesmo com carros estacionados dos dois lados da via.
Nesse momento, segundo o relato, o empresário sacou uma arma e apontou diretamente para o rosto da motorista, afirmando que “iria dar um tiro na cara” dela. Em seguida, desceu do veículo com a arma em punho e se dirigiu ao caminhão, mantendo o tom de ameaça.
Ameaça direta e tensão no local
De acordo com Eledias, não houve qualquer discussão anterior e a rua, apesar de larga, exigia atenção por conta dos veículos estacionados. Ela contou que a equipe sempre atua controlando o trânsito para evitar acidentes e que, naquele dia, tinha inclusive dado preferência para o SUV passar. “Ele estava alterado, colocou a arma em punho e falou que, se eu esbarrasse no carro dele, iria dar um tiro na minha cabeça. Que eu não duvidasse”, disse.
O coletor Thiago, que estava próximo à porta do caminhão, se colocou entre Eledias e o empresário para tentar evitar que a ameaça se concretizasse. Ele tentou dialogar: “O que é isso? Você vai fazer isso com a moça? Somos todos trabalhadores. Você vai atirar?”.
O momento do crime e a morte de Laudemir
Mesmo diante da tentativa de acalmar a situação, Renê manteve a arma em mãos. Em um gesto repentino, mudou a direção do disparo e apontou para Laudemir, que trabalhava na parte traseira do caminhão. Sem dizer mais nada, apertou o gatilho, atingindo o gari de forma fatal.
O tiro foi ouvido por toda a equipe, que ficou em estado de choque. Alguns trabalhadores correram para socorrer Laudemir, enquanto outros se afastaram temendo novos disparos. A ação foi tão rápida que não houve chance de reação ou defesa.
A polícia segue investigando o caso, reunindo depoimentos e buscando imagens de câmeras de segurança que possam ter registrado o momento. O crime gerou grande comoção entre os moradores da região, que lamentaram a morte de Laudemir e cobraram justiça diante da brutalidade da ação.