Uma manhã que deveria ser de aulas tranquilas terminou em tragédia na cidade de Estação, no norte do Rio Grande do Sul, nesta terça-feira, 8 de julho. Por volta das 10h, um adolescente de 16 anos invadiu uma escola municipal e protagonizou um ataque violento que tirou a vida do menino Vitor André Kungel Gambizari, de apenas 9 anos, e deixou outra criança ferida.
De acordo com a Brigada Militar, o agressor chegou à escola de bicicleta, fingindo ter um compromisso. Ele apresentou um currículo na secretaria e pediu para usar o banheiro.
Poucos minutos depois, seguiu em direção a uma sala do terceiro ano do ensino fundamental, carregando dois facões e rojões, iniciando o ataque de forma brutal e repentina.
Clima de pânico aterrorizou a todos
A violência foi imediata e gerou correria, gritos e pânico dentro da instituição. Professores e alunos tentaram se proteger como podiam. O menino Vitor não resistiu aos ferimentos, enquanto outra vítima, uma menina de 8 anos, foi encaminhada para atendimento médico. O estado de saúde da menina não foi divulgado até o momento.
Moradores próximos à escola também entraram em ação. Ercinda Dala Corte, aposentada que mora em frente ao colégio, abriu o portão de casa para acolher crianças e professores que fugiam desesperados, buscando abrigo e segurança. “Eu estava no pátio quando ouvi barulho e gritaria. Vi muitas crianças correndo com professores. Então abri meu portão e mandei todo mundo entrar para se proteger”, relatou ela, ainda abalada pelo susto.
Momentos de pânico e atos de coragem dentro da escola
Dentro da escola, uma professora teve reação rápida ao perceber o invasor armado. Imediatamente, trancou-se na sala de aula com seus alunos, empurrando a porta para impedir a entrada do agressor, enquanto tentava manter as crianças calmas em meio ao barulho de gritos e explosões dos rojões. Segundo relatos, a educadora foi essencial para proteger vidas, impedindo que o ataque se tornasse ainda mais letal.
Funcionários da escola também agiram com coragem, conseguindo conter o agressor até a chegada da polícia. O adolescente foi apreendido em flagrante pela Brigada Militar. De acordo com o delegado Jorge Pierezan, as investigações iniciais indicam que ele agiu sozinho, mas as motivações do ataque ainda estão sendo apuradas.
Investigação em andamento e autoridades em alerta
A tragédia provocou forte repercussão na cidade e em todo o Estado. Autoridades locais, incluindo o prefeito de Estação e o governador do Rio Grande do Sul, lamentaram profundamente o ocorrido e se colocaram à disposição das famílias atingidas, oferecendo apoio psicológico e assistência social.
A escola permanecerá fechada por tempo indeterminado, enquanto as investigações prosseguem e a comunidade busca se recuperar do trauma. O caso reacende o debate sobre segurança em instituições de ensino e a importância de atenção à saúde mental entre jovens, tema que preocupa cada vez mais autoridades e sociedade.