Brasil, 2025 – A cidade de São Vicente, no litoral paulista, está abalada pela morte de Jamili Carvalho Oliveira, de 35 anos, que faleceu após complicações de um procedimento estético realizado no último sábado (13). O caso reacendeu o debate sobre os riscos do uso de substâncias como o hidrogel em procedimentos de preenchimento corporal.
Jamili foi submetida a um preenchimento de glúteo com hidrogel, substância amplamente criticada por especialistas devido ao alto risco de complicações graves. Poucas horas após o procedimento, ela apresentou sintomas severos e foi encaminhada ao Hospital Vicentino, no bairro Vila São Jorge, já em estado crítico.
De acordo com nota oficial da Prefeitura de São Vicente, a suspeita clínica inicial para o óbito é de sepse de foco cutâneo, possivelmente relacionada ao uso do hidrogel. Apesar de ter recebido os cuidados médicos necessários, o avanço rápido da infecção não permitiu a reversão do quadro, resultando na morte da paciente.
Hidrogel e os riscos associados
O hidrogel é uma substância que já foi popular no Brasil para procedimentos de aumento de volume em regiões como glúteos e pernas. No entanto, o material é considerado perigoso, pois pode migrar pelo corpo, causar inflamações graves e até infecções fatais.
A sepse, apontada como causa provável da morte de Jamili, ocorre quando uma infecção localizada se espalha para a corrente sanguínea, levando a uma reação inflamatória sistêmica que pode evoluir rapidamente para falência de órgãos.
Esse tipo de complicação é ainda mais frequente quando o procedimento é realizado em locais clandestinos, sem estrutura adequada para atendimento emergencial. Nesse caso, a Secretaria de Saúde de São Vicente informou não ter registro sobre o local ou o profissional responsável pela aplicação, o que aumenta as suspeitas de que a paciente tenha sido vítima de uma prática irregular.
Investigações e alerta para a população
A ocorrência foi registrada como morte suspeita e está sob investigação da Polícia Civil de São Paulo, que busca identificar o responsável pela aplicação do hidrogel. A expectativa é que a apuração esclareça se o procedimento foi feito por alguém sem qualificação médica ou em ambiente sem condições adequadas.
A morte de Jamili funciona como um alerta para os riscos de optar por procedimentos estéticos em locais não regulamentados. Especialistas reforçam que somente médicos capacitados e ambientes com suporte hospitalar adequado devem realizar esse tipo de intervenção.
Enquanto amigos e familiares lamentam a perda precoce, a tragédia deixa um importante recado: a busca pela estética não pode superar a preservação da vida.