Em meio ao silêncio e à solidão das encostas do vulcão Monte Rinjani, na Indonésia, Juliana Marins, de 26 anos, deixou um registro que tocou o coração de todos que acompanham sua história.
Após cair de uma altura de aproximadamente 500 metros durante uma trilha, a jovem brasileira, ferida e isolada, gravou mensagens pedindo socorro. Em uma delas, emocionada e com a voz enfraquecida, expressou seu último desejo: “Eu só quero viver.”
Juliana ainda estava consciente quando foi localizada por drones no domingo, dois dias após a queda. As imagens mostravam a jovem se mexendo, tentando alcançar objetos em sua bolsa, e fazendo gestos na direção do céu. Mesmo sozinha e machucada, ela manteve a esperança de que seria encontrada a tempo.
A frase dita por ela, “Eu só quero viver, me tirem daqui”, foi enviada em áudio a amigos do grupo com quem fazia a trilha. Essa gravação viralizou entre familiares e voluntários envolvidos na mobilização para resgatá-la.
O pedido simples e desesperado revela a força de alguém que, apesar da dor e do medo, se recusava a desistir. Era o grito de uma vida jovem, cheia de planos, que lutava contra o tempo, contra o clima severo e contra a lentidão das autoridades locais. Mas a resposta que ela tanto esperava demorou demais.
Corpo foi encontrado após quatro dias, com sinais de decomposição
Na manhã de terça-feira, 24 de junho, o corpo de Juliana foi finalmente alcançado pelos socorristas. Já sem vida, ela foi encontrada deitada entre pedras e vegetação densa.
O clima tropical e o tempo prolongado exposta à natureza contribuíram para o início do processo de decomposição, dificultando o resgate e aumentando a dor da família.
Juliana estava viajando pela Ásia desde fevereiro, em uma jornada de descobertas. Ironia do destino, sua última grande aventura terminou em tragédia. Mas o que ficará marcado para sempre é a sua vontade de viver — uma frase simples, gravada em meio ao desespero, que tocou milhares de pessoas.