Juliana Marins, brasileira de 26 anos que caiu em uma ribanceira no Monte Rinjani, na Indonésia, não perdeu a esperança até o fim. Isolada em meio às rochas e à vegetação vulcânica, após despencar mais de 500 metros durante uma trilha, a jovem gravou um pedido simples.
Mas comovente: “Me tirem daqui, por favor.” Essas foram suas últimas palavras registradas, antes de ser encontrada sem vida quatro dias depois do acidente.
A gravação foi enviada a amigos e familiares, que imediatamente iniciaram uma mobilização nas redes sociais para pressionar as autoridades indonésias a iniciarem o resgate. Mesmo ferida, Juliana conseguia falar com clareza e parecia acreditar que seria salva.
As imagens mostram a jovem deitada, respirando com dificuldade, mas lúcida e confiante. “Estou viva. Só preciso que me tirem daqui”, dizia ela, enquanto segurava o celular com esforço.
O trecho do vídeo, que não foi divulgado na íntegra, emocionou até mesmo os profissionais que participaram das buscas. Segundo relatos, a voz de Juliana pedia ajuda com calma e fé, mesmo sabendo do risco extremo que corria. Era o grito de alguém que queria viver — e que acreditava que seria ouvida a tempo.
Resgate atrasado e clima dificultaram socorro
O acidente aconteceu na sexta-feira, 20 de junho, mas as equipes de busca só foram acionadas oficialmente horas depois, quando um dos trilheiros que acompanhava Juliana conseguiu descer até o posto de controle mais próximo.
O local era de difícil acesso, com trilhas escorregadias, neblina constante e risco de novos deslizamentos.
Durante dois dias, drones sobrevoaram a área e conseguiram captar imagens de Juliana acenando. Ainda assim, o socorro levou mais tempo do que o necessário. Quando finalmente chegaram até ela, na manhã de terça-feira, 24, já era tarde.
Juliana viajava sozinha pela Ásia há meses e compartilhava sua rotina nas redes sociais. Sua última postagem havia sido feita dias antes da tragédia, com imagens do nascer do sol no topo do vulcão. Agora, sua voz permanece como um apelo silencioso e eterno: “Me tirem daqui.”